Como o próprio nome já diz, as festas juninas acontecem em junho, mas você sabe por quê? Ou quando essa tradição surgiu? Descubra a seguir.
Normalmente, são três os santos homenageados nesse mês: Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. O que pouca gente sabe é que a festa surgiu muito, muito antes desses três santos.
Junho é o mês da colheita, já que as sementes tiveram tempo de germinar na primavera, crescer no outono, chegando ao ápice no verão, quando já são plantas ou frutas. Como a colheita é um trabalho do qual dependia, literalmente, a sobrevivência de toda família ou sociedade, eram organizadas grandes festas quando esse período se aproximava. No entanto, essas celebrações cultuavam deuses pagãos.
Com o surgimento do Cristianismo, somado à crescente força e poder da Igreja Católica, essas festas começaram a ser abafadas, porque não estavam de acordo com as crenças cristãs. O problema é que, quanto mais a Igreja tentava acabar com as festas, com mais força e frequência elas aconteciam.
Depois de reunir os principais membros eclesiásticos, discutir em longos encontros e buscar soluções em problemas similares já ocorridos surgiu uma ideia: a de não mais impedir o culto da colheita, e sim incentivá-lo. A festa continuaria ocorrendo, a colheita continuaria sendo celebrada, tudo continuaria em seu lugar, mas com uma exceção: seria cultuado um Deus católico e a comemoração giraria em torno de santos, e não de divindades pagãs. Foi dessa forma que os três santos mencionados acima ganharam espaço nas comemorações de junho ou comemorações juninas.
Essa explicação soluciona o problema de por que as festas acontecem na metade do ano, mostrando também qual sua real origem, e qual sua posterior adaptação. Porém, alguns outros problemas persistem, como: por que todo mundo se fantasia de caipira? Por que é feita uma dança típica, com músicas específicas e trajes próprios? Por que determinadas comidas são aceitas nas festas, enquanto outras não?
Originalmente, havia os trajes pagãos para fazer a comemoração da colheita. No entanto, quando eles foram transformados em rituais católicos, a vestimenta perdeu a força e importância, o que significa que, por um longo período, as pessoas participavam da festa sem fantasias.
No entanto, as festas juninas começaram a se fortalecer muito no interior dos estados, já que as comunidades são menores e as pessoas se entrosam com maior facilidade. Ou seja: os camponeses, agricultores e pastores eram muito humildes e participavam das comemorações do jeito que podiam, com as mesmas roupas que usavam para trabalhar.
Tempo depois, as festas juninas começaram a se fortalecer em outras cidades, mais próximas das capitais. Ficaram no imaginário as roupas daquelas pessoas, que combinavam com o tema da festa, uma comemoração singela, alegre e divertida. Por isso é que, até hoje, os trajes caipiras são peça marcante nesses eventos.
Já a origem da dança é incerta. Muitos dizem que começou como uma variação do forró, outros afirmam que é uma mistura de danças europeias com indígenas. E, quanto à comida, essa foi na base da tentativa e erro: as mais práticas e gostosas sobreviveram, sendo escolhidas para satisfazer o paladar nessas gostosas festas.
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