Neste Dia das Mulheres fiquei pensando sobre como é importante que as mulheres encontrem seu lugar, não só na vida profissional, em seus direitos ou economicamente, mas no mundo das emoções e afetos também. Afinal, não é incomum receber em minhas consultas relatos de moças e senhoras que estão há muito tempo vivendo sozinhas e não por escolha própria.
Elas reclamam de relacionamentos ruins, confusos, de abandonos e rejeições e, no entanto, não parecem fazer nada para merecê-los. Como são mulheres amorosas e dedicadas, que não hesitam em mostrar seu amor e em se entregarem, elas não compreendem porque não podem ter relacionamentos plenos como outras pessoas que observam e que, muitas vezes, nem se esforçam tanto.
Como se considerar vítima do destino é algo muito cruel e limitador, eu prefiro acreditar que todos nós temos responsabilidade pelo sucesso ou fracasso de nossas vidas, incluindo aí os relacionamentos amorosos. Portanto, qual é o erro primordial dessas mulheres infelizes no amor? Eu diria que é falta de auto-estima. Mesmo que se costume dizer que os opostos se atraem, em essência, só ficamos perto de quem nos é semelhante. Assim, como realmente conquistar um grande amor, aproximar um homem maravilhoso, se nós pensamos mal de nós mesmas? Se nos sujeitamos a qualquer coisa, se abdicamos do que é importante para nós? Se nos anulamos muitas vezes para sermos aceitas?
Geralmente iremos atrair aquilo que acreditamos ou que fará nossos sentimentos terem sentido. Logo, se eu não me amo, quem poderá de fato me amar? Se eu não me respeito, como esperar o mesmo de outra pessoa e, por fim, se eu não sou a melhor mulher que posso ser, por que fico esperando um homem maravilhoso? Será que seria justo com ele? Ou seja, não adianta muita coisa sermos supostamente a mulher perfeita, que é conciliadora, presente, disponível, sincera, leal, amiga, companheira, que se doa, preocupa, ajuda e se esforça, se no fundo, tudo isso são artimanhas para que o relacionamento dê certo, por não confiarmos plenamente em nós mesmas a ponto de preferirmos a própria companhia a nos perdermos num relacionamento ruim.
Afinal, mulher que se preza, sempre se pergunta: e a minha vida, onde fica quando o relacionamento acontece? Você já percebeu como estas mulheres que não se amam, deixam suas famílias e amigos de lado quando estão apaixonadas por alguém? como perdem seus interesses e hobbies, como param de tomar decisões simples, como qual filme ver ou que restaurante ir?
Por isso, meu conselho no Dia das Mulheres para aquelas que se encontram hoje sozinhas é: enquanto você não se aceitar e não viver bem consigo mesma, com plenitude, alegria, amor por si e paz de espírito, não poderá aproximar um relacionamento realmente gratificante, pois quem não se ama só pode atrair quem também não se ama. Em outras palavras, num relacionamento em que ambos exigem tudo do outro e não têm nada a oferecer em troca, que destino senão a frustração pode ocorrer?
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