Eu escrevo. Sim, sou boa nisso. Consigo expressar as coisas em palavras no papel. Talvez meu cérebro seja demasiado confuso para falar, então tiro tudo de dentro de mim escrevendo. Às vezes, estou muito brava com alguém, me sento e escrevo uma carta. Geralmente, quando termino, o que eu ia dizer é só um terço do que disse. A raiva faz a gente sentir coisas que não são reais. Aí eu filtro, apago metade e mando. A vida fica mais fácil assim.
Mas eu já tive problemas com isso (na verdade, em algumas áreas, ainda estou aprendendo). Falar sempre foi difícil. Muitas pessoas se identificam comigo nisso. Geralmente, essa trava é fruto de uma educação mais repressora, onde a voz da criança não era ouvida. A criança entende que não pode falar. Se ela arruma outras fontes de expressão (como as artes, por exemplo), tudo bem. Mas, se não, isso pode gerar problemas psicológicos e físicos bem complicados.
Problemas na tireoide e na garganta. Sabe aquelas pessoas que vivem com dor de garganta? Geralmente, é isso. Pode até ser que seja uma pessoa que fale, mas geralmente sai errado. Sai com raiva, não medindo as palavras.
Dizem que nada fere mais do que uma palavra mal colocada, e é verdade. Depois que você falou não tem mais como voltar atrás e isso também assusta muito a gente.
Mas não guarde tudo para si. Fale, coloque-se. Se não consegue com palavras, escreva. Um bilhete, uma carta. Mas evite os Whatsapps da vida, a não ser que tenha pensado muito bem no que dizer. É fácil falarmos uma coisa e fazer o outro entender outra. A escrita gera mais erros na comunicação porque não estamos vendo a expressão e o tom de voz do outro. Se quer falar mesmo, então acalme-se. Não faça isso no calor do momento, cheia de raiva dentro de si. Saia de cena e volte quando se sentir melhor.
Precisamos nos expressar. Essa é a nossa natureza. Use a sua!
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