Sim, pareço repetitiva. Mas vou falar de novo sobre o filme, e sim, ainda tem mais. Agora, a parte do amor.
Uma das frases mais icônicas é quando o amor diz: “Eu sou a razão de tudo”. E é. Há alguns anos, numa das minhas experiências com a Ayuaska, cheguei a uma conclusão: o amor é a cola do Universo. O amor é porque as coisas não se separam, porque a gravidade existe, porque as pessoas se aproximam, porque as células se juntam e formam organismos. Essa energia é inexplicável, tão grande quanto tudo o que existe.
No filme, ela diz que o amor também está na dor dele, pela perda da filha. E é verdade. O amor também é a razão pela qual ele sofre. Mas ele não sofre pelo amor que ainda sente pela filha, por isso, nunca vai morrer, mas sim pelo ego que se vê obrigado a se separar dela.
Por que a separação dói? Porque é como tentar manter pratos voando com malabares. Como fazer com que a energia, que é cola universal, fique separada? O esforço que fazemos para isso é enorme, descomunal. A força que precisamos para manter longe o que é naturalmente próximo, é complicada. O amor pode, sim, ser sentido só por um lado. Mas ele, ainda assim, está lá, mesmo que o outro não perceba.
Não amamos coisas inanimadas por isso. Amamos nossos celulares ou a chance que eles dão de conversar com quem amamos? Amamos nosso dinheiro ou a chance que ele nos dá de fazer coisas que amamos? Amamos nossas ideias ou como elas funcionam tão bem para nos aproximar do que e de quem amamos?
Amor não pede licença. Amor não pede certificado de garantia. Quem faz isso é o ego. Amor, amor mesmo, é de graça. O outro não precisa ser assim ou assado, não precisa ter uma lista de qualidades. O outro não precisa nem prestar. O amor é algo que sai de nós e ele é geralmente mais útil e mais legal para quem sente. Ser amado é legal, mas o que sentimos mesmo, o que nos faz felizes é quando sentimos o amor em nós.
Amamos nossos bichos e, por isso, cuidamos deles. Amamos nossos pais, filhos, irmãos. Por isso, queremos saber se estão bem. Por isso, queremos estar por perto.
No filme, o amor não é o mais importante. Ele é uma parte de uma tríade e está mesmo certo. Amor sozinho não move moinhos. Amor precisa de gente, de presença, de energia para funcionar, de motivação. Amor precisa da gente para estar lá.
Não é vergonha nenhuma amar. Não é ridículo como nos fazem acreditar, mesmo que não seja recíproco. E só dói quando você coloca ego demais no meio. Mais amor, menos ego, por favor.
Confira também: