Cresci aprendendo que homem não gostava de cobrança, que mulher é desesperada e que não entende o que é dar espaço pra outra pessoa. Cresci acreditando que ser amiga dos meninos é o que fazia eles te acharem a menina ideal, com pensamentos despreocupados e sem muito “apego”. Então todo começo de relacionamento, fossem eles intitulados do jeito que fossem, seguia a mesma regra: no começo eu não me preocupava com nada. Afinal, se é liberdade que eles querem, terei a minha também. E funcionava. Durante duas semanas. Até o momento em que a história se invertia e eu já estava ali, fazendo aquele papel que eu citei no começo, designado pela sociedade como sendo “o da mulher”. A triste história de quem se envolve e não é recíproco. A eterna sensação de que perdia o encanto no meio da história e que já não era mais tão legal quanto antes.
Mas ai isso passava, porque tudo acabava num breve período de tempo e eu realmente superava. Superava tanto, que mantinha contato com essas pessoas, nos tornávamos amigos e todo o resto ficava no passado. Mas o tempo foi passando e ai descobri uma coisa nova, um sentimento diferente. Descobri que além de mais velha e com novos conceitos sobre a vida, eu também sabia agora o que era o amor.
Entendi que aquilo tudo, a necessidade de envolvimento, não é coisa de mulher, é coisa de coragem. Eu, particularmente, não sou o tipo de pessoa que se habitua bem a ser solteira. Esse universo de balada, beijos sem intimidade, nome ou qualquer característica que me soe familiar sobre aquela pessoa, pra mim não faz o mínimo sentido. Beijos de valor, a gente sempre dá... É algo que faz parte da vida, pode ser um momento de vontade, atração ou pra algumas pessoas, apenas “um momento”. Mas e a diferença entre a paixão, a atração e o amor, são gritantes. E digo isso, porque de fato, a vida me ensinou.
“Ainda vai levar um tempo, pra fechar o que feriu por dentro, natural que seja assim, tanto pra você, quanto pra mim.” Não é fácil esquecer. Não é fácil deixar uma vida pra trás. Hoje eu não sou aquela menina de antes, a que acredita que mulheres são loucas, desesperadas e necessitadas de um compromisso. Hoje sou uma mulher que entende que às vezes o descompromisso e o não arriscar-se numa relação podem ser medo. Hoje eu aprendi, que não existe “o homem e a mulher”. Alguns são mais atirados, sentem menos medo de errar e tornam-se fieis ao sentimento. Outros acreditam que um envolvimento emocional, é sinal de confinamento, perda de tempo pra vivenciar experiências novas e risco de se magoar. Tem gente até, que assimila amor à fraqueza. E quem sou eu pra contestar o sentimento do outro?
A única coisa que tenho levado nessa bagagem amorosa, é a experiência mágica de descobrir o poder do amor. Soa brega? Acredite, não é! Paixões fazem parte da nossa vida, tanto quanto beijos sem nome e sexo sem compromisso. Contribuem pra um processo de autoconhecimento, te dando a oportunidade de definir antes do tempo proposto o que de fato é relevante na sua vida. Eu amo. Eu optei pelo amor.
Eu escolhi sair de casa, com o perfume que ele gosta. Me maquiar e ficar bonita para que ele me elogie. Que meus beijos sejam diferentes de todos os outros, pra que sejam nossos. Que o abraço seja um elo de conforto e não apenas um cumprimento. Que o sexo seja o entrosamento mais intimo e forte, e não somente um momento de prazer. Que as conversas façam sentindo não por concordarmos sempre com as mesmas coisas, mas porque nos conhecemos. Hoje, eu não sou desapegada. Eu canto aos quatro cantos, o quanto eu sou feliz por assumir o que realmente passa dentro de mim. Não tenho medo de me atirar, de arriscar, de insistir e persistir. Eu não desisto do que eu quero, porque eu tenho coragem.
Talvez as pessoas sentimentais sejam as mais sinceras. Você age de acordo com as suas emoções e não pelo o que parece ser “certo ou errado”. Eu prefiro me sentir bem, me sentir confortável. Isso não é comodismo, nem espírito de velho, é só uma sensação, um jeito de ver a vida. Eu descobri e realmente acredito, porque pra mim “é impossível ser feliz sozinho”.
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