Você tem um melhor amigo ou uma melhor amiga? Há quanto tempo vocês se conhecem? Afinal, o que é ser melhor amigo de alguém? Costumo falar que amigos são nossos irmãos de coração. Podemos passar anos sem se ver, somente mantendo contato através de redes sociais, mas quando conseguimos marcar um reencontro, a amizade é tão forte que parece que nos vemos todos os dias. Eu tenho uma experiência própria com relação a isso e gostaria de compartilhar com você, caro leitor ou leitora.
Na época em que estava na 6ª série, conheci três meninas, a Larissa, Patricia e Maíra. Sempre fazíamos tudo juntas, atividades em grupo e quando era em dupla, nos dividíamos, de terça-feira saíamos da aula e íamos a uma feira que tinha ali por perto e comíamos pastéis e tomávamos caldo de cana. Era sempre assim, quase que uma rotina, isso se repetiu durante três anos. Na 8ª série, cada uma foi para um colégio, conhecemos outras pessoas, fizemos outros amigos, a vida era diferente e aos poucos fomos deixando de nos falar, de se ver...
Desde aquela época, nunca mais eu havia marcado um encontro com qualquer uma delas, e nessa brincadeira de “vamos marcar alguma coisa qualquer dia desses” nunca marcamos e passaram-se sete anos. Até que decidimos que íamos fazer pra valer esse reencontro do quarteto. Fui chamada pela Larissa no Facebook para marcarmos o dia, hora e local. Passei meu número de celular, porque até isso nós nos “desapegamos”, anotei na agenda os números delas e criamos um grupo no Whatsapp. No início estávamos querendo saber o que havia acontecido na vida de cada uma durante todo esse período sem se ver. Foi bem gostoso, eu ria sozinha lendo as histórias como o começo de namoro da Patricia, o primeiro beijo da Maíra, o tombo que a Larissa levou na calçada de sua casa, coisas simples que faziam diferença pra gente.
Decidimos então marcar o reencontro em um sábado na minha casa. A ansiedade estava nítida em todas nós, sempre marcávamos e nunca dava certo, dessa vez parecia que o universo estava conspirando ao nosso favor. Chegou o sábado, fui buscar a Larissa e a Patricia no ponto de ônibus e a Maíra chegou de carro. Quando nos vimos, parecia que era a primeira vez que estávamos nos vendo, dei um abraço mega apertado em cada uma e disse “nossa quanto tempo, que saudades!”. Foi emocionante o reencontro do quarteto “inseparável”. Colocamos todas as fofocas em dia, demos várias gargalhadas, comemos lasanha e nuggets, e, de sobremesa fiz brigadeiro. Parecia o clube das Luluzinhas.
Depois de uma tarde inteira matando as saudades, percebemos que todos os anos que passaram, não fez diferença na nossa amizade, na nossa sintonia. Aquela tarde tivemos a sensação de que estávamos nos vendo todos os dias, não parecia que estávamos há sete anos sem contato. Com tudo isso, percebi que quando a amizade é realmente verdadeira, nada atrapalha, que quando o amor entre melhores amigas é puro, nada tem o poder de interferir, nem mesmo o tempo. Distanciamos-nos, não nos víamos há sete anos, não tínhamos nem o número de telefone de cada uma e nada disso adiantou. Continuamos com o nosso quarteto como se nunca houvesse o intervalo de tempo. Melhor amigo (a) é isso, pode passar o tempo que for que nada mudará.
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