Xangô, orixá imponente e majestoso do panteão umbandista, personifica justiça, poder e equilíbrio. Sua figura gloriosa é uma das mais conhecidas nas religiões afro-brasileiras, entre todos os orixás nelas reverenciados.
A simples menção a Xangô evoca um sentimento de respeito e reverência, uma conexão com a energia que promove o discernimento e a ordem cósmica.
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Com isso em mente, neste artigo exploraremos suas principais características, origem, papel na umbanda e a influência que exerce sobre seus filhos e devotos. Te convidamos a vir conosco e desvendar os mistérios da justiça divina de Xangô e sua determinação incansável.
Quem é Xangô na umbanda?
Xangô é uma das expressões mais marcantes da espiritualidade umbandista. Senhor da justiça, do fogo e dos trovões, ele ocupa um lugar central nos corações dos praticantes, simbolizando a equidade e a determinação na busca pela verdade.
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Pertencente à sexta linha da umbanda, esse orixá personifica o conhecimento do bem e do mal, e um espírito maduro e de liderança. Sua energia ardente e inabalável é invocada para resolver conflitos, revelar verdades e estabelecer a harmonia na vida dos devotos.
Xangô é visto como um farol de discernimento, um guia na busca pelo caminho correto e pela retidão. Dessa forma, tem um papel importante como intermediário entre o divino e o humano.
Características de Xangô
Na umbanda, Xangô é associado à cor marrom. No entanto, é comum que, no candomblé, o orixá esteja relacionado com a cor vermelha, refletindo sua força e paixão pela justiça. Seu elemento é o Fogo, representando sua chama ardente de justiça e o machado duplo (oxê) que carrega destaca sua busca por equidade e discernimento.
Ao orixá, também é atribuído o número seis, trazendo consigo o equilíbrio entre os opostos, a busca pela harmonia. Sua saudação é “Kaô Kabecilê”, e, no sincretismo religioso, Xangô é associado principalmente a São Jerônimo, um santo conhecido por traduzir a Lei de Deus.
Origem e história de Xangô
Ao contrário de outros orixás, Xangô tem uma origem humana. Ele teria sido rei de Oió, na Nigéria, e filho de Oranian, o rei que criou tal império. Assim, o orixá tem raízes tanto históricas quanto, posteriormente, divinas.
Após sua morte terrena, Xangô foi elevado a orixá e recebeu Iemanjá como mãe. Como esposas, teve três: Obá, Oxum e Iansã. Esta última foi aquela a quem Xangô dedicou seu amor mais intenso. Inclusive, para conquistá-la, ele precisou enfrentar e vencer Ogum em uma guerra.
Sua história varia em determinado ponto – como é comum aos orixás incorporados nas religiões afro-brasileiras. Segundo um dos mitos, Xangô seria o criador do culto aos egunguns (ancestrais masculinos). Nessa perspectiva, ele seria o único orixá a exercer um real poder sobre os mortos.
Outro mito diz que Xangô foi convidado a participar de um culto aos eguns, sobre o qual não poderia falar a respeito. Porém ele não respeitou o sigilo e, por isso, foi banido de participar de outros cultos.
Filhos de Xangô
Os filhos de Xangô herdam sua determinação e senso de justiça. São pessoas fortes, corajosas e líderes naturais. Apegam-se à verdade e têm o dom de resolver conflitos. A energia de Xangô os inspira a trilhar caminhos justos e defender causas nobres.
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Também carregam a fama de namoradeiros e costumam não gostar de eventos fúnebres nem de cemitérios. Essa última característica se deve ao mito do banimento de Xangô nos cultos aos eguns.
Dia de Xangô
O dia tipicamente consagrado a Xangô é 30 de setembro, data da morte de São Jerônimo. Mas o orixá também tende a ser celebrado em duas outras datas: 24 e 29 de junho, ligadas a São João Batista e São Pedro, respectivamente. Toda quarta-feira também é consagrada ao orixá.
Nessas datas especiais, é comum celebrar com rituais, danças e homenagens ao orixá. Os fiéis buscam sintonizar-se com sua energia de equilíbrio e justiça, agradecendo e buscando orientação.
Pontos de Xangô
Abaixo, separamos alguns pontos cantados que evocam a presença de Xangô e suas energias. Confira.
Braço forte
“Vejam que pedreira linda
É a morada de meu Pai Xangô
Ele é o rei da justiça
Meu Pai de fé, meu protetor
Quando me encontro perdido
A Ele eu peço sua proteção
Sinto logo um grande alívio
E Lhe rezo firme uma oração
Ele é meu pai, é meu Senhor
É meu braço forte, é meu Pai Xangô
Uma oferenda eu faço
Levo na pedreira para Lhe ofertar
Um buquê de lírios-brancos
E uma gamela com Seu amalá
Peço paz para a humanidade
E que todos possam se encontrar
Esse é o pedido que faço
Ao meu Pai de fé, Xangô Ayrá
Ele é meu Pai, é meu Senhor
É meu braço forte, é meu Pai Xangô.”
Estão queimando vela
“Xangô, meu Pai
Amarra os inimigos e dá um nó
Xangô, meu Pai
Amarra os inimigos no cipó
Estão queimando vela
Pra me derrubar
Eu já fiquei doente, meu Pai
Sem poder lutar
Agora estou aqui
É pra saudar Xangô
Que mire essa macumba, meu Pai
No peito de quem mandou.”
Oração a Xangô
Se você quer reverenciar Xangô ou fazer algum pedido, que tal entoar uma oração ao orixá? A seguir, separamos algumas orações poderosas.
Oração de Xangô para proteção
“Senhor meu Pai, o infinito é Tua grande morada no espaço, Teu ponto de energia é nas pedras das cachoeiras.
Com Tua justiça fizeste uma construção digna de rei.
Meu Pai Xangô, Tu que és defensor da justiça de Deus e dos homens, dos vivos e dos além da morte, Tu, com tua machadinha de ouro, defende-me das injustiças, acobertando-me das mazelas, das dívidas, dos perseguidores mal-intencionados.
Protege-me meu glorioso Pai Xangô na umbanda.
Sempre justiceiro nos caminhos em que eu venha a passar com a força desta prece, sempre Contigo estarei, livrando-me do desespero e da dor, dos inimigos e dos invejosos, dos indivíduos de mau-caráter e dos falsos amigos.
Axé.”
Oração de Xangô para pedir justiça
"Poderoso orixá de umbanda, Pai, companheiro e guia, Senhor do equilíbrio e da justiça, auxiliar da Lei do Carma, Só Vós tendes o direito de acompanhar, pela eternidade, todas as causas, todas as defesas, acusações e eleições provindas das ações desordenadas dos atos puros e benfazejos que praticamos.
Aprenda sobre a importância das velas na umbanda
Senhor de todos os maciços e cordilheiras, símbolo e sede da Vossa atuação planetária no físico, no astral e no mental. Soberano Senhor do equilíbrio e da equidade, velai pela inteireza do nosso caráter.
Ajudai-nos com Vossa prudência. Defendei-nos das nossas perversões, ingratidões, antipatias, falsidades, incontenção da palavra e julgamento indevido, dos atos dos nossos irmãos em humanidade.
Só Vós sois o grande Julgador.
Kaô cabecilê Xangô!”
Oferendas e comida de Xangô
Xangô aprecia oferendas com carneiro, cágado, cabrito, cerveja preta, flores marrons e fumo. Seus filhos também podem lhe preparar o amalá de Xangô, uma oferenda composta principalmente por quiabos, mais tradicional nos cultos de candomblé.
Símbolo de força e justiça na umbanda, Xangô é como um farol para aqueles que buscam equilíbrio e retidão. Seu poder e simbolismo convidam seus filhos e fiéis a serem justos e lapidar seu discernimento entre o certo e o errado.
Neste artigo, você viu um pouco sobre o que permeia esse poderoso orixá, e agora te convidamos a mergulhar ainda mais nesse universo de sabedoria, explorando a riqueza da umbanda em outros artigos. Que, junto a Xangô, a chama da justiça ilumine seus passos!
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