Você que acompanha os meus textos aqui no Horóscopo Virtual, deve saber que o tema que trato em meus textos é a felicidade. Entretanto, não falo de uma felicidade condicionada em eventos, situações ou pessoas. Falo de um estado natural que todos possuímos e que, independentemente do lugar onde estamos, podemos reconhecer esse estado.
No texto passado, falei sobre como condicionamos a felicidade e como possuímos um estado natural de felicidade que não reconhecemos. Neste texto, quero abordar como podemos acessar esse estado em nosso cotidiano e como isso reflete em nossas vidas e convívio com as pessoas. Para isso, abordarei os 3 passos para acessar esse estado presente em seu interior. Se está confuso e não sabe que estado é esse, leia o texto que me referi acima e assim entenderá melhor.
1º Visão
A visão se refere ao entendimento de como a realidade opera, de como a mente funciona e de como criamos as experiências com base em nossos referenciais. Aqui, acredito ser mais elucidativo citar um exemplo de como estabelecemos a visão da experiência. Imagine que você quer viajar para o lugar de seus sonhos. Você vai até a agência de viagens e adquire um pacote promocional. Ao falar com a atendente, essa lhe mostra uma foto do local. Essa foto lhe traz uma alegria imensa e você se sente feliz ao saber que vai viajar, mesmo não estando no local, uma energia se move dentro de você.
De onde vem a energia? Da foto, do local para onde você viajará ou de dentro de você? Obviamente essa energia parte de dentro de você. Mas como ela se movimenta? Através dos referenciais que a mente considera para poder gerar essa felicidade. Quando você viaja para um local e se sente bem, essa sensação vem de uma energia, mas essa energia vem do local ou da própria pessoa que a sente? Se ficarmos nesse local durante algum tempo, experimentaremos a sensação de ver essa energia baixar e logo iremos para outro local. A expectativa é construída na mente da pessoa e essa expectativa aciona a felicidade. Isso ocorre porque somos ensinados desde crianças que a felicidade sempre está nos estímulos que recebemos. Se a situação é favorável estamos felizes, se é desfavorável estamos tristes. Ou seja, nos movimentamos no mundo buscando condições que façam gerar a energia. Entretanto, essa energia pode ser gerada sem condicionantes e o primeiro passo é perceber como opera nossa energia.
Ela opera condicionada nas coisas externas, dependente de condições e situações que são diariamente autoimpostas. Isso aparece quando falamos que só seremos felizes quando termos dinheiro suficiente, quando alcançarmos a meta que estamos buscando, quando atingirmos situação x, y ou z... Assim, podemos estabelecer a visão de que nossa mente é que gera a energia de felicidade, mesmo que esteja condicionada a algo. O primeiro passo é a visão de como a energia surge, de como brota essa felicidade e de como podemos manter esse estado mesmo diante de situações negativas. Entramos então no segundo passo.
2º Equilíbrio
Quando falo em equilíbrio, me refiro ao equilíbrio da energia, daquilo que faz gerar o movimento. Já vimos anteriormente que nossa energia nos movimenta e gera em nós as sensações de felicidade e tristeza. Com isso em mente, com a visão estabelecida, podemos agora trabalhar o equilíbrio da energia. E o próximo passo é não permitir que ela oscile. No oriente, esse tipo de atitude é chamado de ação de poder. A ação de poder consiste em não se afetar com as variações de estímulos do ambiente externo. Começamos treinando a energia para não se alterar diante das situações negativas e assim gerarmos independência.
Para tal prática, utilizamos a meditação. A prática se resume em sentar confortavelmente em um local reservado e focar sua atenção em um único ponto. Pode ser um objeto, pode ser sua respiração ou até mesmo em uma parede. No início, sentirá que sua energia tende a diminuir e ficar com sono, pois a mente está acostumada aos estímulos externos e na sua ausência a energia rapidamente diminui. Mas à medida que treinamos, conseguimos equilibrar a energia e não deixar que ela diminua na ausência de estímulos. Ao realizar esse treino, chegamos no terceiro passo que é a manutenção dessa energia.
3º Manutenção
Se avançamos na meditação com o objetivo de não sermos arrastados pelos eventos externos, então começamos a colher os resultados. Nossa mente se apazigua e conseguimos equilibrar a própria energia da felicidade. Matthieu Ricard, um monge budista, utilizou dessas práticas simples e em uma pesquisa realizada pelo cientista em neurologia, Richard Davidson, sobre como a sensação de felicidade é experimentada, Matthieu apresentou resultados que nenhuma outra pessoa apresenta. Ele aciona áreas responsáveis pela felicidade que nenhuma outra pessoa alcança.
Em testes da prática realizado por Davidson, ele comprovou que a meditação, com o objetivo de equilibrar a energia, gera a felicidade em seu interior. Na verdade, a pessoa apenas reconhece um estado natural que sempre esteve presente em si. Isso tudo corrobora ao que Matthieu se refere: “a felicidade é um conhecimento sutil de como a mente opera”. Precisamos conhecer como a felicidade é gerada, através do condicionamento, para então entendermos que nunca precisamos de nada para sermos felizes. O melhor momento para sermos felizes é agora.
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