Eu sou um alquimista. Essa declaração ainda causa estranheza por parte de algumas pessoas, principalmente as mais pragmáticas e céticas. Eu mesmo, por muito tempo, também me sentia desconfortável em afirmar minha ocupação profissional e de alma quando era indagado qual era meu trabalho. Sempre era um problema preencher o campo “profissão” em formulários objetivos que não nos oferecem muito espaço para qualquer coisa que fuja do padrão esperado. Sentia que soava um pouco forçado, que de alguma maneira não inspirava confiança na minha competência, acima de tudo no meu trabalho como empresário.
Não é para menos. A Alquimia, infelizmente, ainda é cercada de mitos e superstições. Poucos sabem que ela é uma ciência milenar e que dela nasceu um conjunto de várias ciências que ao longo do tempo foi segmentado, como a Química, a Física, a Biologia, a Homeopatia, a Astrologia e até a própria Medicina Alopática. Os antigos alquimistas eram os médicos e cientistas de suas comunidades.
A Alquimia é geralmente associada às lendas da Idade Média. No entanto, ela é muito mais antiga do que isso. Existem escritos de 3000 anos antes de Cristo. Foi após a Inquisição, no século XIII, que o saber alquímico foi negado e sistematicamente destruído, fosse pela queima de tratados em praça pública, fosse pela adulteração de seus conteúdos, de modo a desacreditá-los pelo ridículo a que ficavam reduzidos.
Muitos dos equívocos em torno da Alquimia não derivam da ingenuidade ou da ignorância, mas do desejo dirigido de descaracterizá-la, de maneira a afastar o maior número possível de pessoas do caminho para o autoconhecimento – o qual, por inevitavelmente conduzir à liberdade, sempre constituiu um empecilho para instituições sociais como o Estado e a Igreja, em todas as épocas.
Mesmo na atualidade, os clichês elaborados para diminuir ou denegrir a Alquimia persistem, remetendo aos cenários da Idade Média, apesar desta ciência haver se difundido com vigor durante toda a Idade Moderna. Dentre esses cenários, o mais fixado ainda é o ambiente de um laboratório primitivo, como se o saber alquímico não passasse de uma série de técnicas rudimentares de combinação de substâncias, o que acabou por, inclusive, reduzir a Alquimia a uma mera busca material, a da transmutação do chumbo em ouro. Essa alegoria, que por sinal define o objetivo maior da Alquimia, nada tem a ver com a transmutação dos metais e, sim, a transformação interior do ser humano, de um estado imperfeito, ignorante e doente em um ser humano saudável, feliz e em contato com o divino dentro de si. A riqueza que a pedra filosofal promete é a consciência e o conhecimento que um indivíduo pacientemente amealha durante toda a sua existência, e que se transmuta em sabedoria, felicidade e paz interior.
Desde os seus primórdios, a Alquimia se ocupa em conhecer o funcionamento do corpo e em sondar as necessidades do Espírito. Segundo seus preceitos, não se deve negar a matéria, mas, por meio dela, manifestar os desígnios do Espírito. Por isso, os alquimistas jamais colocam como prioridade a cura do corpo, mas sim a da alma (o Espírito encarnado). Quando os desígnios do Espírito não são obedecidos e a pessoa se afasta do seu predestino, o corpo se desequilibra e adoece, e manifesta seu sofrimento por meio de surtos, sintomas ou doenças. A missão do alquimista, portanto, é reconectar todos que o procuram ao seu predestino. A cura das doenças e dos desequilíbrios será uma consequência natural desta reconexão Espírito-corpo.
Quanto a mim, depois de 28 anos de estudos e vivências com a “arte de curar todos os males”, como também é conhecida a Alquimia, eu digo hoje com muito orgulho: eu sou um alquimista!
Eu sou um alquimista, criador de um Sistema Floral que segue os preceitos da ciência milenar da Alquimia. No meu laboratório, trabalho com flores, ervas, minerais, sons, substâncias vivas que são alquimicamente transformadas visando a cura integral do ser humano, sempre o concebendo como um todo em íntima associação com a natureza e o mundo ao seu redor.
Eu sou um alquimista, fundador de uma Escola de Alquimia, que forma terapeutas florais e alquimistas que buscam respostas para os mistérios da vida, e seguem na importante missão de ajudar milhares de pessoas que sofrem na escuridão, ainda obstinadas em buscar fora de si as respostas para seus problemas e, em fatores externos, as origens de suas doenças.
Eu sou um alquimista, buscador de mim mesmo, em eterno aprendizado na arte de curar todos os males!
Espero vê-los em breve nesta coluna que será recheada de Alquimia e flores. Falaremos de florais, ervas e panaceias de cura para corpo e Espírito. Desvendaremos os mistérios da Astrologia antiga e dos grandes alquimistas da História. Aqui poderemos resgatar conhecimentos antigos e adaptá-los ao mundo moderno; assimilar conhecimentos modernos e integrá-los as suas raízes primordiais.
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