A importância de passar um tempo com você mesmo

Ter a companhia de pessoas que amamos é sempre muito especial e, inclusive, importante para nosso crescimento. Afinal, nem tudo na vida conseguimos fazer sozinhos, não é mesmo? E precisamos ter pessoas que, ao nosso lado, nos apoiam e dão força para realizar tudo aquilo que queremos e precisamos. Mas, apesar de terem tanta importância em nossas vidas, não podemos nos esquecer de que a nossa vida somos nós que precisamos viver, e ninguém mais.

Quando você fica muito tempo ao lado de alguém – como o seu melhor amigo, por exemplo – é normal acabar desenvolvendo em si um ou dois gostos ou manias iguais, ou semelhantes. Até certo ponto, isso é saudável. O problema está quando ficamos tanto tempo ao lado dessa pessoa (ou mais pessoas), que não conseguimos desvendar quem somos, qual a nossa essência e quais seriam os nossos gostos e manias sem tantas influências externas.

Será que eu gostaria de ser vegetariana? Será que eu me vestiria dessa forma? Será que eu não teria outra opinião sobre política? Será que eu estaria aqui? Será que eu seria diferente?

Todos nós somos influenciados. Pelos nossos pais, amigos, professores, colegas de trabalho, de clube, vizinhos, chefes, e mais quem quer que seja. É normal receber influências. Porém, quando você não sabe quem verdadeiramente é, você não consegue filtrá-las, e é aí que mora o perigo.

Você acaba se tornando uma pessoa sem personalidade própria, que não consegue tomar uma única decisão, sem antes pensar no que outras pessoas vão achar a respeito, ou ainda pior: não irá decidir nada até ouvir tudo o que as outras pessoas têm a dizer sobre o assunto.

Você precisa ser independente. Você precisa ter o próprio espaço. Você precisa ter seus próprios gostos, valores, educação, costumes e manias, para tomar decisões baseadas no que você gosta e no que você quer para a sua vida.

Compartilhar uma ou outra mania com a melhor amiga, como a roupa que veste e a música que escuta, é aceitável e saudável. Mas, a partir do momento que você não tem a oportunidade de estar sozinha, de dedicar tempo para aquilo que você escolheu, então tudo passa a não fazer mais sentido.

Você não conseguirá mais ser independente, você se tornará, na verdade, um fantoche da sociedade, que tenta sempre ser maleável para agradar os outros e ser visivelmente e aparentemente aquilo que a sociedade quer que você seja, aquilo que a sociedade considera normal.

Não seja assim. Não seja um fantoche. Não seja outra pessoa. Seja você. É muito importante sair com os amigos, com a família, frequentar cursos, escola, faculdade, trabalhar, ir ao shopping, ao parque, viajar... Fazer tudo aquilo que você pode e quer fazer. Mas, além disso, você deve fazer isso com quem você quiser, mesmo que você queira sua única e própria companhia.

Atente-se a não ser nenhum dos dois extremos – ou seja, aquela pessoa que não consegue tomar uma decisão sozinha, de tanto que depende dos outros para viver e “ser feliz”, nem aquela pessoa introspectiva, que não gosta e nem faz questão da companhia de ninguém, pois isso também é ruim e pode levar a doenças sérias, como a depressão, por exemplo.

Encontre o equilíbrio. Divida seu tempo com os amigos, família, com quem mais você quiser, e com si próprio. Você receberá diversas influências, mas saberá muito bem quem é e quem quer se tornar. Você terá a capacidade de filtrar tudo aquilo que receber dos outros, para determinar o que quer absorver e o que irá eliminar.

Dessa forma, seja quais forem as decisões que você tome em sua vida, sejam boas ou ruins, benéficas ou prejudiciais, você as terá tomado por vontade própria. Irá aprender com seus erros e evoluir com suas conquistas. E quem ama você de verdade estará ao seu lado para apoiá-lo nas derrotas e aplaudir nos sucessos, estarão ao seu lado sempre que você quiser.

 

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