Há quem diga que somos seres racionais e que conseguimos decidir todas as situações de nossas vidas baseados em nosso bom senso e juízo crítico. Mas quem já adquiriu um carro ou comprou uma roupa que adorou, mesmo sabendo que isso sairia do orçamento, sabe que nossas decisões passam sempre por um crivo emocional.
As emoções são um fator importante quando tomamos uma decisão ou quando agimos em direção a algum objetivo, pois nossas emoções possuem a capacidade de influenciar nossas escolhas. Se ainda duvida disso, imagine tomar uma decisão de “cabeça quente” ou a mesma decisão quando estiver feliz. Com certeza serão duas escolhas muito diferentes.
Nossa parte emocional se caracteriza pela capacidade de sermos influenciados por elas, mas somente quando não as entendemos profundamente. Se não compreendemos a origem de nossas emoções elas rapidamente nos dominam e acabam por gerar problemas em nossa vida.
Seja raiva, tristeza ou medo, todas essas emoções são inerentes ao ser humano. É óbvio que vamos senti-las em determinado momento da vida, contudo, quando há uma repetida manifestação dessas emoções significa que há algo não resolvido dentro de nós que precisamos tratar.
Por exemplo, uma pessoa que foi muito maltratada enquanto criança pelos seus pais e sempre fugia da situação ou chorava intensamente, quando adulta pode sentir a mesma emoção quando colocada em uma situação similar.
Seria como se a mente revivesse a mesma situação e tentasse se proteger do evento utilizando a mesma estratégia que usou da primeira vez.
Essa pessoa pode chorar compulsivamente ou até mesmo fugir de situações que lembrem o ocorrido, mesmo que a situação em si não seja tão parecida. A nossa mente cria associações e relaciona os eventos para que em uma situação que foi extremamente traumatizante possamos nos defender caso se repita.
Cria-se então uma espécie de gatilho, que dispara sempre que nossa mente associa os eventos com as situações anteriores. Reagimos de maneira automática às situações sem nem percebermos que estamos agindo assim.
Somos, de certa maneira, automatizados a responder as nossas emoções sem conseguir ter uma escolha quanto a isso.
Mas qual seria a solução?
Não precisamos ser reféns de nossas emoções. Podemos sim aprender a viver com elas e tomar consciência daquilo que nós carregamos em nosso interior.
Para isso precisamos aprender a sermos mais reflexivos e entendermos a origem de cada emoção. Se você está com raiva de algo, experimente perguntar a si mesmo porque aquilo desperta tanta raiva em você e porque essa emoção surgiu.
Ao perguntar verá que começará aos poucos a entender que suas emoções possuem uma origem, algo que lhe desperta isso baseado em referenciais que você possui.
Emoções criadas
Quando as emoções aparecem temos a oportunidade de investigarmos mais a fundo, mas para isso precisamos compreender que elas são criações nossas e não que somos elas.
Nossas emoções fazem parte de nós, mas não são nós. O que estou querendo dizer é que você pode sentir raiva, alegria, tristeza, medo, mas que você não é a raiva ou o medo.
Você sente essa emoção e ela possui um fundo de origem que caberá a você descobrir para que não seja refém de sua própria emoção. Afinal, você é o criador de suas emoções e não o escravo delas.
Confira também: