Atena, também conhecida como Palas Atena ou como Minerva em Roma, na mitologia grega é uma das principais divindades de seu panteão e uma dos doze deuses olímpicos. Deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da estratégia, das artes, da justiça e da habilidade.
O mito de seu nascimento é relatado em As Deusas e as mulheres, Jean Shinoda Bolen:
“Como relata Hesíodo, Métis foi a primeira esposa real de Zeus, uma divindade do oceano, que ficou conhecida por sua sabedoria. Quando Métis estava grávida de Atenas, Zeus a enganou tornando-a pequenina e a engoliu. Foi profetizado que Métis teria dois filhos muito especiais: uma filha igual a Zeus em coragem e sábia resolução, e um filho, um rapaz de coração totalmente cativante, que se tornaria rei dos deuses e dos homens. Ao engolir Métis, Zeus contrariou o destino e assumiu o controle dos atributos dela como se fossem seus.”
Tão logo saiu da cabeça do pai, soltou um grito de guerra e se engajou ao lado do mesmo na luta contra os Gigantes.
Jamais se casou ou teve amantes, mantendo virgindade eterna. Era imbatível na guerra, e nem mesmo seu irmão Ares lhe era páreo. Foi padroeira de várias cidades, mas se tornou mais conhecida como a protetora de Atenas e de toda a Ática. Protegeu vários heróis e outras figuras míticas, aparecendo em uma grande quantidade de episódios da mitologia.
Atena é complexa e cheia de nuances, enquanto guerreira era defensora das cidades, mas também tinha características de Grande Mãe, sendo uma deusa da fertilidade do solo, devido ao fato de estar ligada a Dioniso quando solenemente se levavam a ela ramos de videira carregados de uvas.
Ela é a deusa da inteligência, da razão, do equilíbrio, da sabedoria, da diplomacia e do espírito criativo. Ela submete a guerra ao intelecto, à disciplina e à ordem. Ela equilibra justiça e razão. Atena é aquela que cria a cultura e a civilização. Ela preside às artes, à literatura e à filosofia, à música e a toda e qualquer atividade do espírito. Ela também preside aos trabalhos femininos da fiação, tecelagem e borda
Atena é também aquela que inspira o homem. Em sua mitologia esse aspecto inspirador se manifesta nos mitos de Aquiles, Héracles, Perseu e Ulisses. Onde concedeu sua proteção a esses heróis, e sabedoria do espírito à força bruta, levando a consequente transformação da personalidade do herói e à vitória.
Não tendo mãe e nascendo da cabeça de Zeus, Atena representa também o patriarcado, com suas leis e estratégias.
Atena representa a nossa curiosidade intelectual, nossa necessidade de socialização e realização no mundo. Quando esse arquétipo é ativado sentimos necessidade de instrução e de conhecimento mais elevado.
O grande problema de uma identificação unilateral com esse arquétipo está na repressão exacerbada das emoções. Atena repudiava manifestações desenfreadas das emoções, ela era comedida. Entretanto, o não reconhecimento das emoções gera neurose e até somatizações.
O que faz o indivíduo se manter longe de qualquer espécie de sofrimento. Começando a ter pouca intensidade emocional, atração erótica, intimidade, paixão ou êxtase.
A mulher que se identifica com esse arquétipo e não se abre a outras possibilidades, focando apenas em seus estudos e carreira pode se tornar intragável. Ela passa a desprezar as outras mulheres e a preferir apenas o contato com os homens, que são vistos como aliados.
As emoções renegadas se tornaram um complexo autônomo inconsciente. Somente quando se encara essas emoções renegadas, pode-se conhecê-las e a ter controle sobre elas. Assim podemos utilizar as emoções destrutivas ao nosso favor, no momento correto, sem reprimi-las no inconsciente.
Portanto, esse arquétipo é que nos permite manter a calma, quando estamos a ponto de explodir em uma situação de forte carga emocional e assim desenvolver boas táticas em meio aos conflitos, e dessa forma enxergarmos com mais clareza situações em que antes ficávamos “cegos”.
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