No artigo “Aprenda a observar de forma diferente”, falávamos da influência “relativa” de pais e educadores na vida de uma pessoa. Neste artigo, vamos retomar o assunto sob o ponto de vista coletivo.
É inegável que costumes e modos de agir e pensar generalizados, que se repetem de geração em geração, acabam cristalizando atitudes que estreitam o espaço da espontaneidade. A disciplina e o estímulo bem orientados são fundamentais para a formação do indivíduo, todos sabemos. Porém, nossa educação foi voltada para sermos aceitos pelos outros e não para sermos pessoas felizes.
Com o objetivo de criar uma pessoa digna e correta, nossos educadores ignoravam nossa natureza. Não sejamos tolos de pensar que estas influências sejam irrelevantes, pois, até as pessoas mais “espirituosas”, ao menor deslize acabam derrapando na contemporização com o que se convencionou chamar de “pessoa educada”.
É evidente que a honestidade, a generosidade e a franqueza são valores fundamentais e que, aliás, simplificam a vida, que por si só já é complexa. Mas a rigidez e a imposição de valores, colocados acima de nossos sentimentos, nos fazem viver de aparências. Aquilo que é considerado polidez e sociabilidade faz parte importante dos conteúdos que condicionam nossos comportamentos. Daí que se originam as “máscaras” que são as maiores causas de “neuroses”, ou a falta de lucidez para perceber o óbvio.
Além da “moral e dos bons costumes” que geram aquilo que denominamos “a pessoa de caráter”, temos outros hábitos danosos. A proteção exagerada e “o mimo” são verdadeiras sabotagens ao crescimento do indivíduo. Para piorar, há ainda a falta de respeito pela individualidade, causando o “pecado” das comparações e dos rótulos, como consequência. Com este arsenal “pesado” apontado para a criança, que ainda não tem a habilidade de se defender, cerceamos sua expressão natural, bem como, o reconhecimento de si mesmo.
Este contexto gera incapacidades como a frigidez e a impotência sexual, além de síndromes como a ansiedade, o mau humor e tantas outras. A Terapia Gestalt, uma linha advinda do Existencialismo, surgiu simultaneamente às descobertas da Física Quântica e, inclusive, foi uma das linhas que deu origem à Programação Neurolinguística. Seu criador, Fritz Pearls era enfático ao lidar com estes temas.
Na próxima semana, vamos concluir este assunto, com uma técnica denominada Hot Seat, que é uma fantástica forma de conscientização e liberação de conteúdos psíquicos. Até lá!
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