Acabo de assistir ao filme “Bird Box”, com Sandra Bullock, que foi lançado no Netflix. É um daqueles filmes de medo que, no final das contas, é uma reflexão importante do nosso dia a dia e das escolhas que andamos fazendo como sociedade. Logo depois de assistir ao filme, decidi ler sobre ele e descobri que a intenção da diretora era, justamente, falar sobre a depressão. As “criaturas” que aparecem no filme e que quando vistas geram o suicídio e o pânico são, na verdade, a própria depressão.
De fato, estamos cada dia mais diagnosticando as doenças psiquiátricas. Mas será que estamos diagnosticando porque existem mais? Será que existem mais pessoas no mundo e por isso aumentou o número de diagnósticos? Ou será que estamos transformando qualquer mau humor em diagnóstico de depressão? Talvez um pouco de cada coisa.
Nesse artigo, não vou fazer uma análise do filme em si – quero fazer isso em outra oportunidade – mas sim, uma análise de como a depressão atua e como diagnosticá-la corretamente.
Primeiro, o que a depressão não é: tristeza, resultado do fim de um relacionamento ou da morte de um ente querido. Depressão não é aquele dia que queremos descansar em casa ou passar por um período que você acha melhor ficar sozinha ou sair sem companhia. Sim, somos humanos, experimentamos várias emoções e temos períodos difíceis, momentos mais complicados do que outros.
Mas, quando esses momentos se tornam a maior parte da nossa rotina; quando começamos a perceber a perda da qualidade de vida, das amizades ou do prazer naquelas coisas que costumavam nos gerar felicidade, aí sim, precisamos nos preocupar.
O mais irônico é que a depressão começa, geralmente, com um mau humor crônico. Aquela pessoa “reclamona”, que nunca está muito satisfeita com nada. Aquela falta de paciência que chega a ser até engraçada, esse pode ser considerado, a depender do caso, um humor distímico e um primeiro estágio depressivo. É momento de prestar atenção se o mau humor é só algo que reflete a chatice da sua vida ou se está se transformando em algo mais sério.
Quem pode, de fato, diagnosticar a depressão, é um médico com a ajuda de psicólogos, terapeutas e demais profissionais da área das emoções humanas. E por favor, não saia tomando o remédio que a sua vizinha tomou e deu certo para ela. Procure um centro de referência, um médico, e até mesmo uma UBS que poderá encaminhá-lo se você achar que pode estar ficando com depressão. Procurar ajuda não é vergonha. É a maneira de se ajudar e ajudar ao próximo.
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