Em 15 de novembro, é celebrado o Dia Nacional da Umbanda. Esta data visa trazer mais visibilidade para essa que é uma religião totalmente brasileira, marcada pelo sincretismo, pois traz elementos do catolicismo, espiritismo e de outras religiões de matrizes africana e indígena. O Dia Nacional da Umbanda foi instituído pela Lei 12.644/12, assinada pela então presidente Dilma Rousseff, e que teve origem no Projeto de Lei nº 5.687/05.
A origem da data
15 de novembro não foi escolhido à toa. Nesse mesmo dia e mês, em 1908, um jovem chamado Zélio Fernandino de Moraes teria incorporado um espírito – o Caboclo das Sete Encruzilhadas –, que ajudou na criação da religião, que nasceu nos subúrbios cariocas.
A premissa era que a umbanda fosse uma religião que falasse às pessoas humildes e simbolizasse a igualdade entre todos os irmãos – encarnados e desencarnados –, segundo palavras do espírito.
Os objetivos da umbanda
A prática da caridade pelo próximo e o seguimento dos ensinamentos do Evangelho de Jesus são considerados regras da umbanda, que, muitas vezes, é confundida com outras religiões de origem africana – como o candomblé e a quimbanda, outros cultos que são injustamente discriminados, junto com a própria umbanda.
Confira alguns mitos e algumas verdades sobre a umbanda!
No entanto, há várias diferenças entre essas religiões, sendo uma das principais o fato de que, na umbanda, não há abate de animais nos rituais (considerando a sua gênese, já que seu fundador estipulou como premissa básica a preservação de todas as formas de vida). Entre outras, estão as quantidades de orixás, a presença de mediunidade (que não ocorre no candomblé mais ortodoxo), a dinâmica dos cultos (como cantigas, estruturas do terreiro e alguns objetivos).
Em busca da valorização
O Dia Nacional da Umbanda vem não só prestigiar uma religião genuinamente brasileira e rica – já que tem várias vertentes – como também é importantíssimo para difundir mais informações acerca dessa religião que pratica o bem, a caridade e o auxílio na evolução do próximo. É uma grande injustiça o fato de que a umbanda é vista de uma forma completamente negativa, chegando a ser marginalizada por outras pessoas, principalmente as de pensamentos mais extremistas.
É preciso desmistificar a ideia de que a umbanda é um culto satanista – como muita gente já condenou. Essa religião tem muito dos ensinamentos cristãos e traz um código moral baseado na lei do retorno: é preciso fazer o bem para receber o bem. O livre-arbítrio e a noção de carma também são seus fundamentos.
É preciso conhecimento e desprendimento dos preconceitos para saber o que a umbanda é e o que ela não é, já que muito se especula, na maioria das vezes, com base em discriminação. A umbanda é a expressão do amor ao próximo, da união fraternal e da paz entre os irmãos. Ela não prega o ódio, a diferença, a discriminação ou a violência.
Saiba as diferenças e semelhanças entre a umbanda, o candomblé e a quimbanda!
Sua essência está na caridade, no respeito, no auxílio à evolução de todos os seres, sem distinção, pois para essa religião não há ser inferior.
E o que a umbanda NÃO é?
Diferentemente do que muitos pensam, a umbanda não é um culto ao demônio. Ela não estimula a prática do mal, da discórdia. Os seus adeptos não praticam magia negra nem fazem “trabalho” para prejudicar os outros.
Fica mais fácil entender do que se trata a umbanda, a partir dos seus dez princípios básicos:
1. Crença em um Deus único, onipotente, eterno e incriado, potência geradora de todo o Universo material e espiritual, adorado sob vários nomes.
2. Crença em entidades superiores: orixás, anjos e santos, que chefiam falanges.
3. Crença em guias, em planos médios, mensageiros dos orixás, anjos e santos.
4. Existência da alma e sua sobrevivência após a morte.
5. Prática da caridade desinteressada, na busca de aliviar o carma do médium.
6. Lei do Livre-Arbítrio (da livre escolha), pela qual cada um escolhe fazer o bem ou o mal, e o ser humano se sintoniza com sua faixa vibratória e a do ambiente que o cerca.
7. O ser humano é a síntese do Universo.
8. Crença na existência de vida inteligente em todo o Universo, vivendo e habitando.
9. Crença na reencarnação, na lei cármica de causa e efeito.
10. Direito de liberdade de todos os seres.
Se você quer conhecer um pouco mais sobre a umbanda, abra a sua mente e procure despir-se de preconceitos, pois eles só engessam a nossa capacidade de compreender as diversidades, que são o que nos enriquece como sociedade e humanidade. Aproveite o Dia Nacional da Umbanda para conhecer melhor essa belíssima religião, que só tem o bem para oferecer a quem a procura.
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