Espiritualidade e autoestima

A autoestima é um tema delicado e abrangente na vida de homens e mulheres, pois, por meio dela, chegamos a muitos lugares de nós mesmos, sendo esses bons e ruins. A relação com esse leque de possibilidades aberto pela autoestima, oferece-nos uma visão de reflexão profunda sobre o nosso interior e o valor que atribuímos a ele e a nós mesmos, de forma integral. Assim, a autoestima é a forma como nos enxergamos diante da vida.

Muitas coisas influenciam a imagem mental que criamos e percebemos de nós mesmos. Vivências, históricos e bagagens influenciam nesse processo extenso de se autoperceber, que varia de indivíduo para indivíduo com singularidade. A autoestima está relacionada com todo o nosso lado sentimental, emocional e espiritual. Por meio desses componentes, a nossa autoestima é moldada e passamos a ter uma visão do que entregamos ao mundo e a forma como utilizamos nossas forças e fraquezas.

A construção dessa autoestima ocorre por meio de autoanálise e julgamento que fazemos diante do que já vivemos. Emoção por emoção, sentimento por sentimento, passo por passo e vamos conhecendo todo o universo que nos habita e que sustentamos. A autoestima é o autoamor: a forma como nos olhamos, nos percebemos, nos amamos e nos admiramos. Algumas pessoas passam por esse processo com carinho e delicadeza, enquanto outras o adentram com um turbilhão e inúmeras dificuldades.

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Essa mesma autoestima construída, quando tem sua manutenção baseada em princípios evolutivos de valorização de si, pode ser muito promissora. É um compromisso diário de pequenas atitudes de amor-próprio, por meio de escuta sincera, confiança nas próprias habilidades, admiração pelas suas qualidades e características, reconhecimento de si, flexibilidade às mudanças, praticar o perdão ao outro e a si mesmo. Mas é claro que esse processo pode também ser enfraquecido por alguns elementos, por exemplo, o ego, a instância da mente humana.

O ego pode ser associado a um “centro de consciência” que atua na contrapartida do núcleo superior, que nada mais é do que o “Eu”, ambos atuantes para que possamos ter um bom equilíbrio mental. O ego, de acordo com Freud, é a imagem que temos de nós mesmos, determinando ações e atitudes que surgem no mundo real. Por meio dele, torna-se possível pautar aquilo que queremos daquilo que desejamos, por exemplo. Assim, criamos os nossos valores, instintos e impulsos.

Confira 5 passos para desenvolver a sua espiritualidade

Para que possamos ter uma autoestima positiva e acrescentadora, que incentive cada vez mais a nossa própria evolução, é preciso saber dosar o ego, esquivando-se da autossabotagem que, muitas vezes, pode ser causada por ele mesmo. Por isso, utilizar o ego de forma positiva em sintonia com a autoestima pode auxiliar aqueles que prezam pelo desenvolvimento espiritual, pois o indivíduo se torna mais consciente de si mesmo e aprende a se ouvir e a se enxergar com clareza.

A pessoa que aprende a se amar, aprende também a amar o outro. Passa a reconhecer a própria força mesmo diante das dificuldades da vida e, portanto, nada a detém. A força que permeia a autoestima pode ser transformadora para àqueles que buscam se aprofundar espiritualmente. Para os que desejam essa aproximação, é preciso se atentar aos detalhes da vida, alimentar a confiança dos próprios instintos, começar a dar voz à própria intuição, cada vez mais conectar-se com a natureza e desconectar-se do virtual. Para encontrar a espiritualidade, é preciso aprender a escutar e a expressar os próprios sentimentos, compreender as suas necessidades, cuidar da mente, do corpo e da alma continuamente.

Saiba como a espiritualidade pode ajudar você a ser feliz

Porém, uma pessoa não precisa necessariamente querer se aprofundar espiritualmente para enfrentar esse processo; pode querer simplesmente se conectar melhor consigo mesmo e trabalhar a sua autoestima. Para àqueles que buscam fazer uma reforma interna em uma descoberta de si mesmos sem o envolvimento da espiritualidade, existem aspectos muito importantes para serem praticados. Trabalhar a autoaceitação e se desapegar da culpa, ter compassividade perante os próprios erros, ser sincero consigo mesmo, praticar diariamente aquilo que deseja que se concretize e compreender aquilo que funciona para você e cocriar sua realidade em cima disso.

Pode-se concluir, assim, que a autoestima é um processo ao qual todos adentramos em algum momento. O encontro com ela pode variar de pessoa para pessoa, mas o importante é aquilo que fazemos com ela. Como nos enxergamos? Será que estamos reconhecendo devidamente nossas próprias capacidades e qualidades? Estamos nos apegando em visões positivas ou negativas de nós mesmos? Essas são algumas perguntas que podem instigar o início dessa viagem deliciosa e desconhecida que é se conhecer, se valorizar. Por isso, escolha adentrar esse momento com carinho, permitindo um olhar delicado sobre quem você é. Certamente alcançará resultados únicos, assim como você!


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