Na atualidade, um dos problemas de saúde que mais temos enfrentado é no aspecto psicológico, graças ao nosso estilo de vida. O estresse vem nos absorvendo de forma acachapante, e não é só nos pensamentos que esse mal interfere. Ele também desalinha nossa saúde física. Não é raro encontrarmos pessoas com diversas doenças físicas que foram causadas ou potencializadas pelo estresse, pela ansiedade e por outros distúrbios emocionais.
Existe uma série de tratamentos – tradicionais e alternativos – para amenizar os efeitos do esgotamento emocional. Entre as práticas alternativas, existe uma que não é muito famosa, porém bastante eficaz na cura de nossas emoções e, como consequência, de nossos órgãos. Trata-se do Jin Shin Jyutsu, uma antiga prática de cura de pontos de pressão, de origem japonesa.
Origem Jin Shin Jyutsu
Essa arte ancestral que harmoniza as energias vitais do nosso corpo foi passada de geração em geração, mas se perdeu ao longo de sua história, tendo sido resgatada no início do século 20 pelo mestre Jiro Murai, um engenheiro agrônomo nascido no fim do século 19.
Em sua juventude, descobriu uma grave doença, acabando por ser desenganado pelos médicos. Em resposta ao seu próprio problema, ele começou a jejuar e meditar, fazendo posturas com as mãos chamadas de mudras, a exemplo de outros sábios que meditavam. Com o passar da prática, sua saúde foi-se restabelecendo, e, ao contrário dos prognósticos médicos, ele se recuperou. Em gratidão a seu restabelecimento, ele dedicou sua vida a pesquisar sobre o processo de cura das sabedorias ancestrais.
Com isso, Murai resolveu aprofundar seus conhecimentos sobre a arte de harmonizar a energia por meio da respiração, dos mudras e de toques em diversos pontos do corpo. Buscando o aprimoramento, percorreu o Japão, visitou templos, consultou-se com monges e pessoas sábias, além de ter estudado textos antigos, a Bíblia e o Kojiki (o “Registro das Coisas Antigas” – a mais antiga crônica existente no Japão). Aos poucos, ele foi remodelando esse conhecimento, o qual batizou de Jin Shin Jyutsu – a Arte do Criador através do homem de conhecimento e compaixão.
Chegando ao Ocidente
A arte do Jin Shin Jyutsu chegou ao mundo ocidental por meio de Mary Burmeister, uma das mais dedicadas alunas do mestre Jiro Murai. Mary era nipo-americana e viajava com frequência para o Japão, para visitar seus familiares. Lá, ela estudou com Jiro por mais de uma década. O fator determinante para ela seguir com sua dedicação a outras pessoas foi uma doença que a acometeu durante sua estada no Japão. Nessa ocasião, ela foi tratada pela medicina convencional e também por seu mestre.
Mary levou o Jin Shin Jyutsu para os EUA nos anos 1960, quando começou a praticar a arte. A princípio, seus pacientes eram amigos que experimentavam algum desequilíbrio. Mas com o tempo, ela começou a difundir os conhecimentos para um público maior, e a prática passou a ficar mais conhecida e admirada. Hoje está espalhada ao redor do mundo, também tendo chegado ao Brasil, onde conquistou uma boa quantidade de adeptos.
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Objetivos e benefícios
O Jin Shin Jyutsu é usado como tratamento complementar no alívio de problemas como insônia, dores de cabeça, ansiedade, cansaço físico e mental, dificuldade para emagrecer e estresse. Tem como função a harmonização corporal, mental, espiritual e emocional por meio de toques suaves e alternados em 26 áreas de energia vital do corpo, chamadas de travas de segurança da energia (TSE) – ou “chaves para o reino” –, que são uma espécie de alarme preventivo, avisando-nos quanto à sobrecarga de alguma parte do nosso organismo. Essas áreas estão localizadas nas mãos e em outras partes do corpo, como os pés e a cabeça.
O Jin Shin Jyutsu atua em 5 atitudes negativas: preocupação, raiva, medo, pretensão e tristeza (ou pesar). Cada uma delas está associada a um par de órgãos. Combinando os toques nas áreas identificadas, é possível dissolver os bloqueios e tudo que cause desarmonia no corpo. Com essa restauração do equilíbrio, o corpo também restaura sua saúde global. Quando as travas de segurança são tocadas sem pressão, a energia estagnada é liberada, e o fluxo de energia vital retoma sua fluidez.
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Como aplicar
As sessões de Jin Shin Jyutsu duram em média 1 hora. Podem ser aplicadas por um profissional ou feitas pela própria pessoa, de forma guiada – por meio de um tutorial com exercícios de autoaplicação. Uma das técnicas dessa arte inclui o uso das mãos e dos dedos, pois cada um deles corresponde a um órgão ou sentimento que inspira cuidados. Assim, temos as seguintes indicações:
- Para ansiedade, preocupação, cansaço físico e digestão, segure seu dedo polegar. Esse dedo está associado ao estômago e ao pâncreas.
- Para aplacar o medo e minimizar a dor nas costas, segure o dedo indicador. Ele está relacionado com o rim e a bexiga.
- Para extinguir a raiva e a frustração e harmonizar dores na testa e desconforto ocular, segure seu dedo médio. Ele está ligado ao fígado e à vesícula biliar.
- Para acabar com a tristeza e o apego e harmonizar a respiração e dor de ouvido, segure o dedo anular. Ele está associado aos pulmões e ao intestino grosso.
- Para dissipar a pretensão e o esforço, dissolver inchaços e acalmar os nervos, segure seu dedo mínimo. Esse dedo está relacionado com o coração e o intestino.
- Para trazer uma sensação de paz e dissolver o desânimo, pressione levemente o centro da palma da mão. Ajuda o diafragma e o fluxo umbilical. Harmoniza, ao mesmo tempo, corpo, mente e espírito.
Tente segurar cada dedo por 3 a 5 minutos, e não importa qual lado você irá usar. Apenas tenha em mente que os dedos não devem ser apertados com força, e sim envolvidos com delicadeza.
Além desses, há outros exercícios, como técnicas de respiração e uso de outros pontos do corpo.
O Jin Shin Jyutsu pode ser aplicado a qualquer hora, e você pode estar em qualquer posição – sentado, deitado, de pé, da forma como lhe for mais confortável.
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Estudos científicos
O Jin Shin Jyutsu é objeto de vários estudos científicos e é praticado em instituições médicas e universitárias de renome.
Em 2012, o Markey Cancer Center, um centro dedicado ao estudo de câncer da Universidade do Kentucky (EUA), realizou um estudo com o objetivo de verificar a eficácia do Jin Shin Jyutsu em 159 pacientes com câncer. O estudo analisou o grau de dor, náusea e estresse em uma escala até 10. De uma forma geral, houve uma redução de 2 a 3 pontos nos escores de dor e náusea. Essa redução foi associada à terapia com a prática do toque.
Já em 2014, o Journal of Holistic Nursing publicou um estudo sobre o impacto do Jin Shin Jyutsu na saúde física e emocional de enfermeiros. Foi relatado por esses profissionais que houve redução da insônia e das dores de cabeça e musculares. Essa melhora nas condições dos enfermeiros, em especial na minimização do estresse físico e emocional, também se refletiu nos cuidados com os pacientes.
Outro estudo sobre câncer, realizado em 2011, por Karen Searls (praticante da arte) e Jacqueline Fawcett (da Universidade de Massachussetts, em Boston, EUA), teve como propósito avaliar a eficácia de tratamentos semanais de Jin Shin Jyutsu em mulheres diagnosticadas com neoplasia mamária. As pacientes relataram que sentiram uma melhora física e emocional, além de mais energia e redução da dor.
O Centro Médico de Morristown (em Nova Jérsei, EUA) e a Universidade da Califórnia (em San Diego, EUA) dispõem de centro de medicina integrativa, que inclui o Jin Shin Jyutsu na relação das modalidades oferecidas.
Já no Brasil, a arte é oferecida no Hospital de São Paulo, na Unifesp/Escola Paulista de Medicina, por meio do projeto Cuidando do Cuidador, que oferece tratamento semanal aos colaboradores, às equipes médica e de enfermagem e aos pais das crianças internadas na UTI Pediátrica.
Como podemos perceber, não faltam estudos para embasar a seriedade do Jin Shin Jyutsu como uma terapia poderosa que auxilia nos tratamentos convencionais e pode restabelecer a energia e o equilíbrio do nosso organismo de uma forma não muito complicada, porém eficaz. Experimente e depois confira o resultado. Aproveite para cuidar do seu corpo e das suas emoções!
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