Personas são máscaras que usamos para não mostrar quem verdadeiramente somos. Essas máscaras servem basicamente para nossa segurança e proteção.
As máscaras que conhecemos servem para segurança, ou seja, percebemos isso ao ver alguns profissionais da área de saúde usando como: médicos, enfermeiros, cirurgiões, dentistas, etc., na área da construção, os serralheiros, soldadores, pintores, etc., esses usam as máscaras para evitar difundir doenças, acidentes, etc...
Há máscaras como proteção, ou seja, não deixar a verdadeira identidade à mostra e, são usadas por profissionais que roubam, ladrões, assaltantes, raptores, sequestradores, etc.
O que são as máscaras emocionais?
Quando falamos de Personas/Máscaras emocionais, são na realidade distorções de personalidade que aprendemos em nossas vidas para garantir nossa segurança e proteção. Chamamos isso de “dupla personalidade”, ou seja, são máscaras que temos que construir para sobreviver o revés da vida.
Quando somos crianças estamos livres e naturalmente alegres. Não existe nas crianças o que chamamos de “culpa” ou consciência. Porém com o convívio entre adultos (familiares – pai, mãe, irmão, tios, tias, amigos, etc), as crianças são expostas a situações e emoções que lhe causarão sofrimento. Quando a criança vê que as pessoas não aceitam elas como são, procurarão reduzir a dor da não aceitação, a criança então resigna-se e acaba por criar uma personalidade (persona/máscara). Ela faz isso para poder sobreviver, para ser o que os outros querem que ela seja. Aí a criança passa a usar uma máscara de personalidade para proteger sua real identidade.
E, quando crescemos continuamos a utilizar desse mecanismo (máscaras/personas) para tentar sobreviver ante as situações da vida como: rejeição, abandono, humilhação, traição e injustiça. Toda vez, que acontece uma situação que não nos deixa satisfeitos utilizamos as máscaras/personas que aprendemos em nossa infância.
Isso é algo comum e todos os seres humanos fazem de forma inconsciente, ou seja, são reações para as ações da vida. A questão é quando essas máscaras/personas tomam conta de nossas vidas e, em algumas pessoas isso acontece, a isso chamamos de distúrbios da personalidade.
Sabemos que somos assim pois todas as vezes que temos nossas situações desagradáveis e as nossas expectativas frustadas ou não realizadas, entramos em uma espécie de sofrimento emocional que nos leva a usar as máscaras/personas.
Vejamos um exemplo: Se você marca com alguém um encontro ou que tal hora a pessoa ficou de ligar e não ligou ou não apareceu. A emoção que aparecerá com certeza será uma dessas que citamos acima e, quando sentimos essa emoção nos remeteremos às máscaras/personas que aprendemos quando criança e, essas serão nossa proteção. E, nos trará uma forma de prazer, retirando de nós o desprazer que sentimos com a pessoa que não ligou ou não veio. Fazemos isso a vida toda, às vezes, todo o tempo, o tempo todo.
Abaixo vou descrever/copiar o que é comum quando falamos de máscaras/persona emocionais em psicanálise
As máscaras mais comuns
Homem de Ferro – ( a máscara da Rejeição)
Garoto rejeitado pelos pais, passa a vida na tentativa de impressioná-los, de solicitar algum tipo de aprovação paterna. Desenvolve uma ansiedade terrível em seus relacionamentos. Se torna solitário, vive trancado em um laboratório para tentar fugir da rejeição, porém a ostra emocional que deveria protegê-lo, na realidade, o isolava. Ao invés de manter a dor do lado de fora, ela mantinha a dor confinada do lado dentro. Transforma-se em um alcoólatra.
Homem Aranha – ( a máscara do Abandono)
Órfão quando pequeno, garoto vai morar junto com seus tios. Devido ao abandono, o menino cresceu e se tornou um adolescente tímido, mas extremamente inteligente. É desajeitado com as garotas e não tem muitos amigos. Com baixa autoestima sempre procura por trabalhos que irão reprimi-lo. Seu chefe está sempre o oprimindo e explorando. Vê seu tio ser morto e se sente culpado pela morte de seu tio. Por causa da culpa não consegue estabelecer relacionamentos reais e verdadeiros. Decide viver sozinho, alimentando sua solidão e aumentando o vazio do abandono em seu coração.
Zorro – ( a máscara da Humilhação)
Regressando da Europa após longo período de educação, o jovem Diego chega à Califórnia. Com seus atuais gestos de cavalheirismo aprendidos com os franceses ele é humilhado pelos amigos de seu pai, pelos empregados da fazenda e até mesmo pelo próprio pai. Com isto, aproveita para incorporar o papel de uma pessoa indefesa e covarde com o propósito de defender os "fracos e oprimidos" contra a opressão dos espanhóis colonizadores e de seu exército; Sem o disfarce, ele simula ser um homem que se acovarda diante de situações de perigo. Passa a viver duas personalidades, um fraco como pessoa e um forte com sua máscara.
Batman – (a máscara da Injustiça)
Garoto sofre um trauma na infância quando em um assalto vê seus pais sendo assassinados; passa a viver com medos, entocado em sua mansão e paparicado pelo mordomo, o garoto passa a odiar todo e qualquer ato de injustiça; Passa a se sentir justiceiro, querendo fazer justiça com as próprias mãos; com esse senso de justiça ele passa a ter sentimentos de querer controlar a vida dos outros (ser Deus); Por causa disso se isola da sociedade para não se relacionar com ninguém para não deixar de fazer a justiça; é melhor não ser amigo quando se julga e tem que eliminar de seu convívio. Vive solitário e infeliz.
Darkman – ( a máscara da Traição)
Um cientista tem seu laboratório destruído com uma explosão ocasionada por uma gangue interessada em seus inventos. Traído, injustiçado, ferido e entregue a morte, esse homem se refugia nos esgotos da cidade, convive com ratos, se enrola em trapos para não ver seu rosto desfigurado pela queimadura e vive alimentando todo e qualquer sentimento de vingança, justiça e punição. Vive isolado, amargo em seus sentimentos, e não consegue dar vazão ao sentimento de amor que nutria pela sua namorada. Se esconde atrás de sua máscara para poder vê-la de longe e tentar apreciar sua beleza. Sofre com a solidão mas se alimenta do ódio.
Todos os personagens, heróis de histórias em quadrinhos, personagens fictícios, foram criados por pessoas que tinham praticamente a mesma identidade. Percebemos que:
Todos para se sentirem fortes e corajosos precisavam usar sua máscara;
Todos com seus disfarces se escondiam de seus problemas emocionais e não queriam mexer nisso para serem curados;
Os mascarados são pessoas infelizes, sozinhas, solitárias e tristes;
AS MÁSCARAS NÃO NOS DEIXAM MOSTRAR QUEM SOMOS DE FATO;
AS MÁSCARAS NÃO NOS PERMITEM SER FELIZES;
AS MÁSCARAS NÃO NOS PERMITEM ACHEGAR A DEUS.
Não existe uma poção mágica para que saiamos do aprisionamento dessas máscaras/persona, até porque muitas delas nos fazem bem – até certo ponto – e, como recebemos elas desde crianças teremos que aprender a conviver com elas durante nossas vidas.
Nenhuma cura emocional acontece da noite para o dia, pois nenhuma dor e máscara/persona aparece de repente, por isso, devemos desenvolver o processo de autoconhecimento e autodesenvolvimento pessoal e emocional.
Claro, muitas vezes precisaremos de ajuda para nos entender e continuar esse processo, pois são passos difíceis e que representarão mudanças na vida.
Para estudar e entender as máscaras/personas e como elas agem em nós é preciso tempo, determinação e desejo de mudança.
Minha expectativa é que você ao ler esse artigo, sinta-se motivado a buscar o autoconhecimento e autodesenvolvimento.