O poder da autoaceitação

Quando falo sobre autoaceitação, a maioria das pessoas acha que tem a ver com aceitar quem se é. Mas na verdade, autoaceitação significa deixar de lado a necessidade de alimentar uma autoavaliação positiva de si mesmo e lidar, de maneira madura, com seus erros e falhas. Neste texto, quero falar sobre os benefícios de se aceitar e o que realmente é autoaceitação, para que você entenda que, ao aceitar seus erros e falhas, atingirá um verdadeiro potencial de si mesmo.

Em nossa sociedade ocidental impera a competitividade. Essa competição nos diz que devemos ser sempre melhores, perfeitos e, se possível, melhores que os outros. Assim alimentamos uma intensa necessidade por uma avaliação positiva dos outros e nossa sobre nossa própria pessoa. Quando isso não ocorre, quando erramos e nossas falhas aparecem, sentimos que devemos ser punidos, ou, então, que somos falhos e que realmente não somos tão bons quanto deveríamos ser. Essa perspectiva gera sofrimento e limita nossa visão sobre nós mesmos.

É como se nossa necessidade de autoavaliação positiva nos deixasse obcecados por mais, e, quando nos deparamos com nossos erros e vemos que não é mais possível culpar os outros por nossos próprios problemas, caímos em desespero, e a vergonha pode ser o único caminho a ser tomado. Isso pode gerar o pensamento de que não somos bons o suficiente.

Para não nos depararmos com essa realidade, acabamos negando essas emoções. Colocando no fundo de nosso ser, como uma forma de não as enfrentar.

Essa negação é como afundar uma bola em uma piscina. Para fazermos isso, precisamos aplicar uma certa pressão para manter a bola submersa. Mas se nos distrairmos, ela virá com a mesma pressão correspondente à que colocamos para submergi-la. Essa forma de tratar essa realidade mostra nossa fragilidade ao lidar com situações que nos geram uma avaliação negativa de nós mesmos.

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Se continuarmos negando nossas falhas e erros ou tendo vergonha por elas, apenas criaremos mais dessas bolas, que a qualquer momento podem emergir e atingir em cheio nosso rosto. Assim ficamos deprimidos, tristes, sem energia ou até mesmo acreditando que não somos bons o suficiente.

Mas nem tudo são espinhos. Há um outro caminho que podemos tomar para não gerarmos mais problemas no nosso caminhar. Esse caminho é da compaixão com nós mesmos. Normalmente, quando erramos, tendemos a nos punir, a nos criticar e ser severos acusadores de nossas falhas. Mas pense por um instante: você agiria assim com um amigo seu? Se ele se abrisse com você e falasse sobre as falhas dele e o quanto ele se critica, provavelmente você seria uma pessoa que o consolaria e o ajudaria a não se avaliar de maneira tão negativa. Isso seria você sendo compassivo com seu amigo. Se você é compassivo com ele, por que não ser com você mesmo.

Ao sermos compassivos com nossos erros e falhas, aprendemos a aceitar quando não atendemos a nossas expectativas. Entendemos que o erro e falha fazem parte da vida e que a ideia de perfeição é algo inatingível. Ser compassivo com os outros é algo muito bom, mas somente conseguiremos ser assim e se desenvolvermos a compaixão por nós mesmos. Aceitar nossas falhas, nossos erros e nossa imperfeição nos torna mais humanos, mais amorosos. É necessário parar o autojulgamento, deixando de lado a crítica negativa e sendo compassivo com suas próprias ações. Se você começar a ser mais compassivo com você mesmo, verá que começará a ser mais compassivo com os outros.

Se não fizer isso por você mesmo, faça por quem você ama. Se formos muito severos com nós mesmos, seremos também com os outros. Por isso, aprenda a ser compassivo com você para ser compassivo com aqueles que ama.


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