Assisti, esses dias, a um documentário no Netflix chamado “Heal – o poder da mente”. Ele explica como o poder da mente pode curar doenças e conta o caso de algumas das chamadas “remissões radicais de câncer” e como as pessoas chegaram a se curar completamente depois de algum tipo de experiência que as explicou o porquê da doença.
Veja bem, não é exatamente o poder da mente, mas o poder da crença. O poder daquilo que se acredita profundamente, tão profundamente, que causa certos tipos de sensações, até mesmo físicas. Não é difícil nós mesmos provarmos isso.
Se eu falo agora para você imaginar um limão, um limão que você abre, sente o suco escorrendo pelos seus dedos, sente a temperatura do limão e o molhado em suas mãos; só de eu escrever isso, o que já aconteceu com a sua boca? Não encheu de água ao imaginar o quanto o limão é ácido e azedo? Quando pensamos em algo que nos dá medo, como altura ou algum animal, o que acontece com o seu coração? Se você tem medo de aranhas e eu disser que tenho uma caixa aqui com uma e você vai ganhar R$100.00 para colocar a mão na caixa, você coloca?
Na mesma hora o seu corpo reage. O medo causa dor de barriga (literalmente) e frio no estômago.
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Uma notícia ruim pode fazer uma pessoa desmaiar e uma preocupação gera uma dor de cabeça. Pois é, tudo é a força e o poder daquilo que acreditamos.
Se somos capazes de gerar automaticamente essas sensações, não seríamos capazes de gerar nossas doenças? Meu avô morreu aos 86 anos, depois de 12 anos fazendo tratamento para uma leucemia. Ele nunca soube – já que era português e criado no campo – que a leucemia e o câncer eram a mesma coisa. Seis meses antes de morrer, ele disse ao meu pai que não sabia mais o que estava fazendo aqui. Morreu de infarto, dirigindo seu carro, 6 meses depois.
Será que se ele soubesse que ele tinha “a tal doença maldita que os antigos nem mesmo falavam o nome”, ele teria sobrevivido, mesmo já idoso, tantos anos? Ele sabia que estava doente, mas achava que era alguma síndrome, nunca um câncer. E não, ele não morreu em decorrência disso.
Não estou culpando quem fica doente, mesmo porque todos nós passamos por momentos de saúde frágil na vida. Também não estou dizendo que a responsabilidade da morte ou da vida é mesmo da própria pessoa. Ninguém, em sã consciência, quer ficar doente ou sofrer. É claro que isso tudo é gerado em locais com os quais ainda não aprendemos a lidar, o que fica no inconsciente, e não só no nível físico.
Não nos cuidamos para viver mais, nos cuidamos para viver melhor. Claro que, quanto mais saúde tivermos, mais longa e boa é a nossa vida. Mas o que é mais importante? Viver uma vida curta, mas saudável, ou uma vida longa, mas dolorida e sofrida? É uma escolha.
Não condeno ninguém que desistiu da vida. Sabemos o quanto ela pode ser difícil, mas o nível de dificuldade da vida, e consequentemente a nossa propensão a doenças, diminui à medida que cuidamos verdadeiramente do nosso emocional, à medida que conseguimos expressar, de verdade, as nossas emoções e fazemos as pazes com o nosso passado. Isso pode ajudar, apesar de ninguém ainda saber direito como. O filme explica algumas coisas, mas ainda existe muito a saber. Por enquanto, só sabemos que precisamos cuidar de dentro como cuidamos de fora e saber que terapia e autoconhecimento não são coisas de maluco e sim de gente sã, que quer permanecer assim, até quanto e quando conseguir. Não é mesmo?
Qual o momento de fazer terapia?
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