Quando joguei no Google a palavra “Desista” para ilustrar um post do meu blogminissaia.com.br, não encontrei o que eu queria. Eu queria uma foto de desistência. Mas tudo o que apareceu no “Imagens” foram fotos pedindo para não desistir. Não desista dos seus sonhos, só desista de desistir e por aí vai. Aí que eu percebi como nos privamos desse recurso maravilhoso que é a desistência.
Eu sempre fui muito persistente. Mas o passar dos anos me mostrou que errei sim, muitas vezes. Persisti em relacionamentos fracassados- amorosos ou de amizade. Persisti em tentar mudar as pessoas. Persisti em trabalhos que jamais me dariam nenhum retorno. Persisti em ser uma pessoa que eu não queria ser. Percebi a minha arrogância, a minha teimosia. Percebi que, algumas vezes, eu poderia ter sofrido a metade e ganho o dobro. Mas não fiz.
Não porque sempre vi a desistência como algo assim, como o Google me mostrou. Coisa de gente fraca, indecisa. Coisa de gente que não sabe o que quer, que não tem força de vontade. Que não pega o touro à unha. Eu não, eu era diferente. Eu batalhava, eu fazia acontecer. Até quando o “acontecer” não era para realmente acontecer.
Então hoje eu estou abrindo um novo precedente. Sim, eu posso desistir. Sim eu posso recomeçar. Sim eu posso desapegar. Desapegar de velhas condutas, de pensamentos. De sensações, de maneiras de viver. Posso me refazer a hora que eu quiser. Não preciso ser sempre a mesma pessoa, a mesma coisa, com as mesmas manias. Camarão que dorme a onda leva. E dormir aqui é mesmo se manter na ignorância. Se manter achando que está certa, quando aquilo simplesmente já passou.
Se você está infeliz com alguma coisa, simplesmente desista. Desista do relacionamento, desista das fantasias. Desista de ser desse ou daquele jeito. Desapegue das pessoas, se elas não vão mudar mesmo. Ou simplesmente aceite isso e fique em paz. Desista de ser perfeito, de manter a casa em ordem. Desista de perder aqueles dois quilos. Desista das dietas da moda, desista das amizades falsas. Desista de ser você. Só um pouquinho. Depois me diga o que está sentindo. Acredito que muito, muito mais leve.
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