Mais um ano se encerra e como em todos os anos, sempre tenho a sensação de que algo não foi conquistado e de que nem sequer houve tentativa para alguma conquista, não por falta de força de vontade, mas porque realmente não foi possível. Essa é a minha percepção e confesso: não é uma boa sensação.
Há sonhos e anseios que são apenas nossos, isso mesmo, se contarmos para alguém provavelmente não nos compreenderão ou rirão, ou pior, talvez lhe desviem os olhos em sinal de: “mude logo de assunto para que eu tenha tempo para disfarçar a minha incapacidade de crer no que diz”.
Sempre fica aquele pesar de: quem sabe no ano que vem o que almejo se concretize. Mas sabe de uma coisa que estranhamente tem feito parte de mim de uns tempos para
cá? Não vou esperar o ano que vem e nem que esses sonhos insistentes que vivem dentro de mim se realizem, talvez eu morra amanhã e pode ser que eu não veja o ano que vem e que meus sonhos não alcancem o tempo de vida que me resta. Ei... Não é pessimismo e não diga: Isola! A vida é curta... um sopro. Hoje estamos aqui nos preocupando com o dia de amanhã, com o ano que vem, com os sonhos que ainda não se realizaram e, com aquilo que não sabemos se veremos.
Então dessa vez ao invés de lamentar por aquilo que não se concretizou neste ano, lamento pelos sonhos que não conseguiram me alcançar pela velocidade dos meus passos. Sim, corro com minha pretensão em conquistar algo muito precioso: a famosa essência própria.
Então minha lamentação não é pelos sonhos que não realizei, mas pelos sonhos que não puderam me alcançar para serem realizados. Não deixei de tê-los ardendo em minha alma, não deixei de acreditar que algum dia poderão me “alcançar”, mas apenas vivo esse dia precioso de um ano que ainda não se findou e com o único anseio pelo qual vale a pena lutar: ser mais gente, sempre.
Desejo continuar lutando a cada dia para ser menos egoísta, para nunca ser cruel comigo e com as pessoas ao meu redor, desejo continuar lutando contra todos os pesares que surgem no caminho com vontade e perseverança. Desejo continuar caminhando ao encontro da evolução espiritual: a razão da vida.
Desejo mais um ano para estar com meus pouquíssimos, mas preciosos amigos, desejo mais uma oportunidade para continuar correndo em prol dessa ‘pretensão’ em ser quem sou.
Sonhos me alcancem, se não conseguirem, continuarei sonhando, sem me sentir frustrada por não terem me alcançado, porque o que vale nessa existência é a capacidade de irradiar luz nesse planeta repleto de trevas. Ser luz é a minha pretensão, não há sonhos por maiores que sejam que me impeçam de seguir essa jornada.
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