Eram 9h10m quando meu celular despertou. Tal celular que não tinha mais seu nome nas chamadas recentes, diga-se de passagem. Mais um dia que começara. Um dia como outro qualquer, fazia mais ou menos uns 22 °C, o Sol teimava aparecer em meio às nuvens escuras. Comecei meu ritual matinal. Assim que levanto procuro meus chinelos que somem repentinamente todas as vezes que preciso deles. Em meio aos meus pensamentos dos possíveis lugares onde podem estar, abro, involuntariamente, brechas para lembranças suas.
Me pego pensando no que você poderia estar fazendo naquele momento se estivesse ali. Talvez você estivesse fazendo um café na cozinha ou ainda estaria dormindo, esparramado na nossa cama sem lençóis ou cobertores, pois não sente frio.
Ou ainda estaria deitado, mas rindo da minha cara procurando os meus amados chinelos com alças verde neon. Tais lembranças fazem com que eu logo pegue o celular e o revire atrás de alguma mensagem ou ligação sua que eu tenha perdido.
Talvez quando fui tomar banho ou quando estava conversando com alguém ou simplesmente imaginando que meu celular possa ter dado problema justamente quando tentou algum contato comigo. São ilusões que alimentam um coração machucado e uma cabeça que tenta mentir para ela mesma.
Confesso que sinto sua falta, e não é pouco. Todas as vezes que me lembro de você, é um misto de saudade com alegria e aquele sorriso idiota insiste em aparecer na minha boca. E aí você percebe que tudo aquilo que era rotina, virou saudade.
Algo me diz que a gente não termina por aqui. Você ainda tem tudo de mim e sei que ainda tenho tudo de você. Você foi embora, mas deixou sua essência. E essa, pra mim, é suficiente. Estou lhe aguardando. Um dia como outro qualquer. Um dia que minha rotina e minha saudade se repetem, esperando que você traga um novo amanhecer.
A propósito, achei meus chinelos. Eles estavam bem ao lado do par de meias que você esqueceu embaixo da cama.
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