Sabe aquele café da tarde com aquele bolo caseiro cercado pela família? Então, ficou para depois, já que você precisava daquela meia horinha livre pra ir até o banco pagar as contas.
Sabe aquele futebol com os amigos na sexta à noite? Então, você resolveu adiar para uma próxima vez já que precisava terminar aquele relatório no escritório.
Sabe aquele parque com as amigas para respirar um pouco de ar puro e se exercitar? Então, teve que ficar para os próximos domingos já que você precisava dar uma arrumada na casa.
As vontades não saciadas, os momentos de descontração não vividos e até o adiamento de sonhos que não podem ser concretizados agora já que existem coisas mais “importantes” para serem feitas. Tudo isso são minutos preciosos que se esvaem pelos nossos dias em meio a tantas obrigações que nos é imposta. Mas, quem as impõe? Você mesmo.
E então achamos que somos donos da nossa própria vida. Que podemos fazer o quisermos e na hora que quisermos, e infeliz daquele que tentar impedir ou controlar. A vida é minha, sou eu quem manda nela. Mas, agora não posso parar para tomar aquele sorvete, pois preciso fazer uma ligação de negócios.
O descontrole começa quando deixamos de ser feliz para nos mostrar feliz. Quando deixamos de nos emocionar com algo simples, para demonstrar total fortaleza aos que nos vigiam.
O ser humano segue no modo automático e pouco se importa o quanto isso é nocivo. Confiam seguramente que aquele “depois” existirá enfim. Mas se esquecem que esse depois é você quem faz.
Passamos a trocar superficialidades com necessidades. Tudo isso em troca do quê? Arrisco-me a dizer em troca do dinheiro, ou de um agrado para a sociedade em que convive e, logo, te julga incessantemente.
Os sentimentos foram deixados de lado e agora você se ocupa pensando no que terá de fazer amanhã. E então, o hoje vai embora para nunca mais e junto com ele aqueles três minutinhos dedicados a uma boa música para relaxar.
É importante que nunca se esqueça do que realmente lhe faz sentir vivo. Muitos sequer sabem o que, de verdade, buscam. Se você tem em mente o que realmente lhe faz feliz, não deixe se perder na rotina do dia a dia.
Um dia a velhice chega para todos, e desejo, fielmente, que ela sirva para recordar tudo o que foi vivido um dia com um sorriso já cansado e marcado pelo tempo e que os possíveis arrependimentos, sejam frutos de atitudes tomadas que acabaram não dando certo, nunca de um “podia ter feito, mas deixei para o depois”.
E não há tempo que volte amor. Vamos viver tudo que há pra viver. Vamos nos permitir.”
Tempos Modernos, Lulu Santos
Confira também: