E lá estávamos nós deitados na sala da sua casa e lá fora um típico frio de final de outono. Seu cobertor que me cobria até os ombros tinha cheiro daquele perfume que lhe dera em seu aniversário.
Não sei se o que me aquecia ali era seu corpo enrolado no meu ou meus pensamentos que viajavam imaginando nós dois num quarto sob meia luz. Sua respiração tocava meu pescoço, seus dedos acariciavam meus cabelos e lá estava eu, rendida as tuas involuntárias provocações.
O filme que assistíamos? Pouco me lembro, sequer todo título. Estava perdida nos desejos de qualquer ser humano. Pensamentos rodeados de luxúria e sentimento.
E eis que fui tomada pelas minhas ações. Minhas mãos, antes que eu percebesse, já deslizavam pelo teu corpo. Pouco precisei guiá-las, eram as únicas conhecedoras daqueles caminhos sinuosos que faziam me perder completamente sem qualquer condição de me encontrar.
Imediatamente, teu corpo se transformou no meu colchão e sua boca me atraía sem qualquer chance de repulsão ou defesa. Aquele cobertor não era mais necessário para me esquentar, aliás, a essa altura não sabia mais onde ele estava.
Fugi da realidade, fugi do mundo. O meu mundo, naquele momento, era eu e você. Nada existia lá fora. Foi como se eu estivesse sonhando coma realidade. Você estava ali, entregue a mim e eu a você.
Sua barba roçava no meu pescoço e, sem dúvida, era a melhor sensação que uma mulher poderia ter. A lei da física foi completamente desmentida naquele momento. Provamos que sim, dois corpos podem ocupar o mesmo espaço.
Era tarde demais para qualquer tipo de ação que pudesse impedir de me entregar novamente a você.
E só me dei conta que tinha voltado à realidade, quando acordei tocada por uma de suas mãos e te vi iluminado pelo Sol que insistia em entrar pelas frestas da janela do seu quarto. Sentado na cama ao meu lado, me deu um bom dia ao pé do ouvido e me trouxe uma xícara de café bem quente.
Ali me dei conta que tinha vivido o melhor 12 de junho da minha vida. E melhor ainda saber, que nenhum dos dois se lembrara de tal data comemorativa antes. Ali comemoramos a nossa felicidade, nada mais.
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