Fim de ano. Todo mundo correndo que nem doido pra comprar o peru, arrumar a árvore e comprar os presentes. Fala-se do Papai Noel, das renas de nariz vermelho e das filas nos shoppings. E fala-se, e muito, das metas para o próximo ano.
Sempre queremos coisas. Ser humano é movido a isso. O que nos motiva é saber que amanhã ou depois poderemos ter aquilo que ainda não temos. Por mais que já tenhamos. Por mais que tudo pareça perfeito para o seu vizinho, sempre tem alguma coisa para melhorar.
Sim, eu acho que é legal sermos motivados para algo. Mas e quando as coisas que prometemos ou que estabelecemos como metas não acontecem. E você, depois de avaliar todas as possibilidades, depois de refazer todas as contas, não sabe o porquê. Aqui vai mais uma base de análise. Será que você não anda apegado demais?
Ser apegado é assim: eu nem quero mais, de verdade, mas não largo o osso. Fico carregando as coisas, pessoas e situações ano após ano. Porque é da família, porque sempre foi assim. Porque não sabemos o que colocar no lugar mas no final, sempre, é porque temos medo. Medo de não ter outro igual ou melhor. Medo de estar dando um passo errado. Medo do julgamento das pessoas.
Nos apegamos a coisas que sabemos que nos são tóxicas pelos outros. Pela sociedade, pela família, por tudo menos pela gente. Uma vez apegados, é complicado se desvencilhar. E não estou falando que é super fácil. Às vezes é difícil até de entender porque estamos assim.
Uma vez um amigo me disse, triste, que não sabia porquê uma determinada mulher não ficava com ele. Ele dizia-se apaixonado, que não parava de pensar nela. Eu respondi, como quem não quer nada: será que você está apaixonado ou só apegado ao fato de precisar conquistá-la? Ele percebeu, na hora, que era só apego. A história acabou ali e ele hoje está casado e feliz com outra mulher.
Não dá para ficar carregando o mundo nas costas. Sabe aquelas velhinhas com a casa cheia de tranqueiras? É isso. Você quer juntar experiências ou quinquilharias? Você quer dar o próximo passo ou permanecer preso na mesma coisa. E, olha, o apego não está nas coisas distantes da gente. Mas nas bem próximas. Naquelas pequenas coisas e naquelas relações que pensamos ser eternas. A única coisa eterna é a gente com a gente mesmo. O resto a terra come, leva embora, mata, destrói. É a lei da natureza e da vida.
Então, que tal entrar no próximo ano mais leve. Deixando as cargas pesadas para trás. Você pode fazer o que quer com o seu tempo e com a sua vida. Escolha. Livre-se do passado e, quem sabe, suas metas ficarão bem mais fáceis? É uma ideia, não é?
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