Nossa mente é uma poderosa ferramenta, ela é nossa geradora de ideias, e todos nós temos nossos sistemas de crenças, que é a maneira como interpretamos o mundo e as situações de nossa vida. Contudo essa poderosa ferramenta, quando não utilizada de maneira adequada, pode gerar grande sofrimento. É isso que eu chamo de autossabotagem.
E, para não cairmos nesses processos sabotadores, precisamos aprender a dominar nossa mente e não deixar que os pensamentos e emoções que nos sabotam dominem nossa vida.
Processo de autossabotagem
Gosto muito da analogia que Steve Hayes, criador da Terapia de Aceitação e Compromisso, utiliza sobre a mente. Ele fala que ela é uma ferramenta tão poderosa como uma pá. A pá serve para muitas coisas, sendo útil para uma gama variada de tarefas. Entretanto, quando caímos em um buraco, ela pode não ser nossa melhor opção. Então, quando caímos em buracos que nos causam sofrimento, acabamos usando nossa pá. E os pensamentos não ajudam, apenas nos lançam mais para o fundo.
Nesse caso, como podemos sair dos buracos que produzem sofrimento?
Entender que geramos processos de autossabotagem é dar o primeiro passo para sair dessa armadilha. Os processos de autossabotagem são estratégias que usamos em nossa vida para podermos sobreviver a um ambiente que pode ter sido muito hostil psicologicamente. Porém essas estratégias podem nos colocar em problemas e dificuldades.
Um exemplo disso foi um paciente que atendi. Ele havia sido tratado em sua infância com muita agressividade. Diziam a ele, repetidas vezes, que não tinha capacidade de estudar, que era uma pessoa que dependia dos outros e que não era inteligente. Então adotou uma estratégia de perfeccionismo e de se “matar” de estudar. Era o primeiro de sua turma e sempre tirava boas notas, mas achava que era uma pessoa esforçada, e não inteligente.
Sempre se depreciava e acabava não aceitando oportunidades por se achar desqualificado. Assim, sabotava sua vida e não achava que conseguia as coisas por ser uma pessoa que não tinha qualidades. Ao entender seu processo, aos poucos mudou sua maneira de se ver e começou a enxergar valor em suas conquistas e em suas qualidades.
Mas, para isso, é necessário olhar para si, olhar de maneira profunda. Entender realmente quais são seus gatilhos e quais são seus processos de autossabotagem. Assim também descobrirá quais são suas potências e onde poderá ter mais sucesso. Isso requer uma certa coragem e dedicação. Terapia é um caminho, pois você conta com apoio de um profissional para te apontar seus pontos cegos.
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O processo começa com seu investimento em si. Sem isso, não há início. O processo de autoconhecimento requer coragem para olhar para questões difíceis, que lhe causam incômodo. Porém é a forma que também liberará você das amarras da autossabotagem e da repetição de padrões que geram sofrimento.
É preciso entender como sua mente opera e como ela reage às situações. Sem autoconhecimento, isso não é possível. Por isso, comece hoje mesmo a busca por se conhecer, por entender quais são seus desafios e quais são seus processos de autossabotagem.
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