Por Andresa Molina
Quase todo mundo já experimentou algum tipo de droga, seja ela lícita ou ilícita.
De cada 100 pessoas que experimentam crack, algo em torno de 20 tornam-se dependentes. É um número assustador, preocupante, claro, mas é importante notar uma coisa: é a minoria. O crack é mais viciante que a maconha (9%), menos do que o tabaco (32%, a taxa mais alta entre as drogas). Sem falar na bebida, que está dentro da casa de quase todos.
Mas a grande questão é a seguinte: o que faz com que algumas pessoas que experimentam as drogas fiquem dependentes e outras não?
A resposta é simples: as pessoas que se afundam nas drogas são as mais sensíveis.
Podem perceber se aquele seu parente que tem problema com drogas ou álcool não é uma das melhores pessoas quando está são?
Normalmente, são os mais amorosos, os mais carinhosos, os mais cuidadosos e são aqueles com quem conseguimos conversar de coisas bacanas e que melhor entende nossos problemas e medos.
Essa característica afetuosa, já diz muito sobre sua condição de um ser que tem um processo evolutivo avançado, mas que está perdido neste mundão onde falar de espiritualidade ou é pecado ou é brega.
Essa sensibilidade acentuada indica que essa pessoa tem uma mediunidade muito presente e, reprimi-la é o que traz os problemas relacionados às drogas, pois se a pessoa não entende sua mediunidade, é porque não se fala disso com clareza e com naturalidade, mas ela tem a necessidade de fazer o desdobramento dos corpos, que é o que ocorre quando se trabalha com a espiritualidade, ela irá suprir sua necessidade do desdobramento com outras ferramentas que lhe são apresentadas pela comunidade, que é a droga.
O desdobramento, nada mais é do que deixar a mente e o espírito livre para conectar-se com outras mentes e espíritos e isso se consegue com um profundo relaxamento.
Ok, mas alguns irão dizer que também podemos conseguir um relaxamento muito profundo com outras atividades como música, ioga, meditação e artes em geral e que conhecem pessoas que trabalham com isso, amam o que fazem e ainda assim usam drogas.
É aí que está o ponto exato, o “divisor de águas” entre o dependente e a pessoa que usa por simples prazer. As pessoas que tornam-se dependentes têm a necessidade de usar sua mediunidade e entrar em contato com outras realidades trazendo de lá para cá informações e ações potencializadas que possam corroborar para a evolução das pessoas e consequentemente da humanidade.
Simplificando um pouco, o que quero dizer é que o dependente precisa trabalhar espiritualmente para poder ajudar aos outros, o que o fará sentir-se útil e completo e, aquele vazio que ele tentava preencher com a droga, será preenchido definitivamente pela sensação de dever cumprido, pois isso foi o que ele escolheu fazer quando decidiu reencarnar.
A sociedade cobra de todos nós que sejamos iguais e que tenhamos um padrão para nos enquadrarmos nos parâmetros pré-estabelecidos e aqueles que são mais sensíveis e não conseguem atender essas expectativas da sociedade e principalmente dos familiares, experimentam uma incompreensão enorme e precisam preencher este vazio e é aí que aparece a droga, que nos relaxa e nos tira de perto dos problemas e das cobranças por um tempo, o tempo que dura o efeito da droga/álcool, pois ela é a única ferramenta simples e de fácil acesso que nos foi apresentada.
O que eu posso dizer é que a droga não causa dependência.
A dependência não reside na droga, ela reside na alma, nesse vazio que somente será preenchido com o trabalho espiritual de qualidade com objetivo de evolução do todo, mas alguns irão perguntar, será que eu não posso somente ajudar as pessoas no plano material como levar roupas e sopa no frio ou algo parecido?
A resposta é não, somente isso não será suficiente para trazer a felicidade para seu espírito, pois não foi isso que você se prontificou a fazer.
Quero que fique claro que essa foi uma escolha SUA e de mais ninguém. Foi você que decidiu reencarnar com esse talento e, negá-lo agora, só irá levá-lo ainda mais ao vazio e a dor. Esse é um compromisso seu e somente você pode cumpri-lo, mas eu lhe garanto que se você se permitir passar por essa experiência, com certeza conseguirá acessar a força interior que é sua por direito e merecimento.
Por isso, vou terminar com uma frase que meu grande amigo Dárcio Cavallini me disse e que me ajudou muito a compreender todo esse processo: “Toda a pessoa que tem mediunidade reprimida não é necessariamente um alcoólatra/drogado, mas todo alcoólatra/drogado tem a mediunidade reprimida.”
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