O Deus Hermes é um deus extremamente popular na Mitologia Grega. É uma divindade muito antiga, já sendo cultuado na história pré-Grécia antiga.
Filho do deus Zeus e da deusa Maia, nasceu em um dia quatro (número que lhe era consagrado), em uma caverna do monte Cilene, ao sul da Arcádia.
Seu mito nos relata que enquanto menino revelou-se de uma precocidade extraordinária, apesar de enfaixado e colocado no vão de um salgueiro, árvore sagrada, desligou-se de suas faixas, dando uma demonstração clara de seu poder de ligar e desligar, e viajou até a Tessália. Lá, furtou uma parte do rebanho de Admeto, guardado por Apolo.
Após esse episódio, encontrou uma tartaruga no caminho, retirou-lhe a carapaça e, com as tripas das novilhas sacrificadas, fabricou a lira. Mostrando toda sua inteligência.
"Hermes é uma divindade complexa, com muitos atributos e funções. O principal atributo é a inteligência divina.
Apolo, irmão de Hermes, descobriu o roubo e o acusou formalmente perante Maia, que negou que pudesse o menino, nascido há poucos dias ter praticado semelhante delito. Apolo apelou para Zeus, que interrogou ao filho persistindo este, na negativa. Zeus, convencido da mentira do filho, obrigou-o a prometer que nunca mais mentiria, no que Hermes concordou. Zeus, contudo, acrescentou que Hermes não estaria obrigado a dizer a verdade por inteiro.
Como Apolo ficou encantado com o som que Hermes arrancava da lira, trocou assim, o rebanho roubado pelo instrumento.
A Mitologia descreve Hermes como uma divindade complexa, com muitos atributos e funções.
Suas principais qualidades são a flexibilidade, inconstância, imparcialidade, ausência de fixação, e também a sedução, a mentira, a adivinhação e astúcia. Mas principalmente a inteligência.
Pela astúcia utilizada ao furtar o rebanho de Apolo, pode-se observar no deus qualidades de “Trickster”, ou seja, representa o símbolo de tudo que remeta a astúcia, ardil e trapaça; sendo considerado amigo e protetor dos comerciantes e dos ladrões.
Além disso, é considerado o “menos olímpico dos imortais”, pois sempre gostou de se misturar com os homens. Zeus disse-lhe certa vez; - “Hermes, tua mais agradável tarefa é ser o companheiro do homem; ouves quem estimas”, ampliando-lhe, assim, as funções e tornando-o companheiro do homem e dispensador de bens.
Por ser mensageiro dos deuses, Hermes no âmbito da psicologia analítica, pode ser considerado o arquétipo do psicopompo.
Psicopompo é uma palavra que tem origem no grego psychopompós, junção de psyché (alma) e pompós (guia) e designa um ente cuja função é guiar ou conduzir a percepção de um ser humano entre dois ou mais eventos significantes. Este guia interior pode ser de natureza humana, animal ou espiritual.
Portanto, ele é capaz de trazer mensagens do inconsciente para a consciência, possibilitando que os conteúdos reprimidos (sombra) e o nosso lado não digno sejam elaborados e ressignificados. Sendo então, aquele que possibilita a revelação de um símbolo ou sentido de orientação, necessário para a continuidade da trajetória individual de quem o encontra.
Hermes se fará presente, o indivíduo se encontra em um estado de identificação unilateral com o ego e a vida consciente, fazendo traquinagens a fim de restabelecer a integridade psíquica, e promovendo a enantiodromia, levando assim, o individuo a lidar com o seu inconsciente por meio de neuroses, somatizações e outras dificuldades psíquicas.
Além disso, esse arquétipo vem nos lembrar que ato de se tornar consciente, deve passar pelo nosso lado menos bonito, menos digno, aquilo que não agrada o coletivo e que constantemente desprezamos, mas que é extremamente necessário para entrarmos em contato com outros lados de nossa personalidade, pois somente aquilo que evitamos é o que pode nos curar!
Sendo um deus "companheiro do homem", todo aquele que é iniciado pelo luminoso Hermes é capaz de resistir a todas as atrações das trevas, porque se torna igualmente um "perito".
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