Parece que nos dias atuais mais se avolumam mulheres que
se esbarram entre cotoveladas e olhares discretos dentro de
um planeta tão cheio de encontros.
Fico observando aquelas
que curtem seu canto escuro e vazio de rancores para
com a vida e aquelas que se encantam com sua sala iluminada,
repleta de cadeiras vazias.
Não há muito o que interpretar.
Fazemos parte desse elenco,
testadas para nos superarmos.
Fazemos buscas e encontramos
todo tipo de novos momentos.
Isso eu chamo de um grande achado.
Nós nos tornamos parte de um enxame volumoso de aptidões novas,
sejam elas para o que for.
Desde as louças espalhadas pela pia e que só nós lavamos, fazemos
tricô, dedicamos carinho suficiente para cuidar dos netos, sugerimos
novos temas para a próxima reunião, vamos tomar um café com
a amiga querida e ainda aturamos a vizinha chata do 91.
Isso, entre tantas outras coisas que só você pode contar.
Nós nos sentimos vitoriosas, de fato, quando saímos sozinhas
e voltamos sozinhas para casa.
Fomos capazes de rever o
horizonte e agradecer o dia que se finalizou para recomeçar
a curtir os preparativos para assistir mais um capítulo da novela de hoje.
Comentários da autora
Você pode estar só, sem sentir-se relegada pelo destino, tido como um dos mais cruéis detentores de vítimas inocentes.
O fato de conviver sozinha com a sociedade por mais tempo que gostaríamos, nos traz novos horizontes para nos reencontrarmos junto a novos amigos e nos mostra, de forma consistente e feliz, que possuímos muitos talentos ainda desconhecidos por nós.
Olhar para o outro e sorrir faz parte do primeiro recado para outros elos , quer formais, ou informais. A comunicação está aí, cada vez mais nos tornando parte de um texto novo para gente nova. Mulheres que se inovam no espelho, na arte, na profissão, na sorte, na família, no propósito novo, sabem que não podem faltar atitudes novas em cada amanhecer. Tentar faz parte.
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