Ele era tão doce, terno, agia de maneira gentil e suas palavras eram agradáveis. Ele realmente parecia ter um brilho no olhar, mas de repente as coisas mudaram de uma maneira que você não imaginava.
Aquela gentileza não existia mais, aquelas palavras se silenciaram e aquela doçura “empedrou” de tal modo que seria impossível imaginar o quão adocicado era antes do que... aliás, o que foi mesmo que aconteceu?
Os beijos eram os mais ávidos, os mais urgentes, os olhos dele eram tão brilhantes, mas talvez aquele brilho fosse por qualquer outro motivo, que não era você.
Ele lhe contava suas intimidades e você acreditava que eram segredos que ele confiava apenas a você, mas talvez ele dissesse as mesmas “ladainhas” em frente ao espelho com mais veemência.
Quando você falava, sentia que ele olhava com admiração e era como se ele te reverenciasse, mas provavelmente ele pensava em qualquer outra coisa e de maneira muito hábil mantinha os olhos fixos em você e a fazia acreditar que era em você que ele estava vidrado.
Quando ele te tocava, você sentia uma mistura de volúpia e insanidade ao mesmo tempo em que sentia paz, não sentia vergonha ou medo... Mas era você que te produzia essa sensação, não era ele.
Se você o visse novamente depois de tudo ou... Depois de nada... Não saberia o que dizer a ele e se haveria algo a lhe ser dito.
Foi como olhar uma árvore linda florescer na primavera e meses depois ver as folhas e flores no chão sem se dar conta de que o inverno está às portas.
É triste, dizem que é tão surpreendente e doce e que se sente as incríveis borboletas no estômago, mas o que eram então aquelas inquietações? Seriam apenas mariposas? Seriam apenas sintomas de ilusão?
Não era amor, não era doce, não era gentileza, não era espontâneo, não era diferente como pensou. Não era amor. Mas não lamente, não creia que foi você ou o que tenha dito ou feito, simplesmente não era amor, não havia amor, nem ao menos houve a afoita paixão.
Se algo não deu certo, temos duas opções a escolher: parar para tentar compreender ou seguir se confundindo. E quem disse que se confundir é ruim? Nós nos confundimos desde quando adquirimos consciência e tem sido assim até aqui, confusões e esclarecimentos e não necessariamente nessa ordem. O amor se encontra assim, no mar revolto, na estrada sem trilhas alternativas, no ímpeto de um pulo no oceano, no inconstante, no simples, no mais inesperado.
Não lamente por que não era amor, você pode encontrar este querido fugitivo até mesmo no fundo de uma humilhação. Às vezes ele chega sujo, calado e só te abraça, e você não lamenta porque é o tal do amor.
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