Mais uma vez, está chegando o Natal. Mais uma vez, a cidade se enfeita, se ilumina. As noites ficam mais claras, as casas se preparam para a grande festa cristã.
As pessoas saem as ruas na busca do que comprar. Cada loja é uma possibilidade de se encontrar aquilo que será ofertado as pessoas queridas, familiares e amigos que durante o ano, ou toda uma vida, fizeram parte da história de cada um. Sem levar em conta o consumo desenfreado desses dias, o propósito é louvável.
Buscamos fazer desta data, entre comidas e presentes, o alimento que motiva o encontro, que enriquece os laços, criamos um ambiente fraterno onde abraços são mais demorados, palavras de felicitações e esperanças são ditas.
Não importa que o ano tenha sido de desencontros, nesta época palavras como perdão, amor, amizade, doação, tomam a forma de gigantes.
Sei que o mundo seria melhor se todos os dias tivessem para nós o significado do Natal. Se cada hora contasse como a mais importante. Se os pequenos encontros tivessem a magia de se tornarem eternos, se a compreensão entre os seres humanos estivesse sempre presente.
Se encontrássemos razão nas coisas pequeninas, se aqueles pequenos milagres que acontecem entre o instante que abrimos os olhos, até o momento de fechá-los em nosso anoitecer, fossem vistos por nós, e mais que isso, fossem sentidos como algo extraordinário e gratuito. Se as relações não fossem tão rasas, se o nosso comprometimento com a vida não se situasse apenas na margem.
Somos pessoas que vivem na praia, observando a beleza do mar, poucos tem a coragem do mergulho. Esses são “os felizes”. Aqueles que enfrentam a si mesmos para de fato amarem, para verdadeiramente fazerem da compreensão, do perdão, da aceitação e doação, sua filosofia de vida.
Não se pode doar o que não se tem. Apenas “os felizes” podem fazer isso, porque mantém em seus rostos o sorriso que contagia a tristeza dos famintos. E quanto somos famintos por pequenos momentos!
Fomos criados e somos seres da beleza, precisamos de coisas belas para sobrevivermos nesse mundo cinza, que acende suas luzes em algumas ocasiões, para seu próprio interesse. Não desvalorizo esses momentos, eles contém magia. Precisamos disso. Nossa humanidade precisa de um momento de renovação. Mas que essas luzes não nos ceguem para o que realmente importa. Que essa magia não nos paralise na ilusão.
Assim, a luz de uma estrela que nos guia, nos revele o verdadeiro milagre da criança nascida de uma virgem, que transforma o nosso coração!
Uma transformação não apenas no dia, mas em todos os dias do ano novo que há de vir.
Confira também: