Já se tornou bastante comum o hábito de publicar arcanos regentes para cada ano, trazendo à tona alguma carta do Tarô.
No entanto a maioria das pessoas acaba se equivocando ao acreditar que o símbolo do ano (no caso de 2021, o Sacerdote) é uma espécie de previsão, de destino fixo, esperando, assim, que todo o planeta tenha exatamente a mesma experiência e o mesmo desfecho. Como isso naturalmente não acontece, não é de se estranhar que a prática do Tarô fique desacreditada.
Desse modo, é importante compreender que o arcano do ano é apenas um sinalizador, um regente, como o próprio nome diz. Em outras palavras, ele representa, por meio de uma imagem, o clima do mundo ao longo dos próximos 12 meses tanto no seu sentido positivo quanto no sentido negativo. O que cada um fará a respeito disso nasce de uma escolha pessoal.
O ano de 2020, por exemplo, trouxe o Imperador, arcano que pode ser opressor, centralizador e autoritário, por um lado, e organizador, responsável e protetor, por outro. Durante a pandemia, vimos claramente essas duas atitudes digladiando entre si, num clima forte de inflexibilidade e rudez, no qual ninguém queria ceder em seus argumentos e em suas visões de mundo. Essa dificuldade na comunicação afastou muitas pessoas e perdemos muito em empatia e compreensão de modo geral.
Agora, estamos diante de um novo desafio trazido pelo Arcano 5 (2+0+2+1), conhecido como O Papa, O Sumo Sacerdote ou, simplesmente, O Sacerdote.
Se olhar bem a imagem, notará que estamos novamente diante de uma figura de poder, porém não mais temporal, como o Imperador, e sim espiritual e moral. Isso significa que continuaremos provavelmente com as disputas conceituais sobre o que é bom e ruim, sobre o que é correto ou errado, sobre o que é legal e ilegal.
Assim, acredito que teremos a religião, a política e os costumes mostrando suas melhores e piores facetas, seja na forma de radicalismos, seja nas tentativas muitas vezes ingratas de salvar o meio ambiente ou de preservar os direitos sociais conquistados.
Um exemplo desse embate pode ser visto na figura do papa real, Francisco I, que, ao revisar conceitos, gera aclamação nos fiéis mais progressistas e revolta nos mais conservadores.
Seja como for, essa carta também fala de outros aspectos: na saúde, ela traz cura. Isso pode ser um sinal de alívio após meses confinados? Na parte material, oferece estabilidade. Voltaremos a ter uma economia mais controlada?
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Enfim, independentemente do que possa acontecer, lembre-se de que, fundamentalmente, o Sacerdote fala sobre ética. Por isso, pergunte-se em cada dia de 2021: eu estou sendo ético ou estou sendo dogmático e inflexível? Estou agindo de acordo com os preceitos da minha religião, que, na maioria das vezes, fala sobre perdão, amor ao próximo e busca da paz? Ou estou provocando revoltas e retaliações?
A escolha do lado que você assumirá nos próximos meses é sua. Para que lado você se inclinará?
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