Outro dia, em uma rede social de amigos queridos, li a seguinte postagem:
- Falta muito para a sexta feira?
Eu tinha que dar o meu "pitaco":
- Gente, vamos viver a segunda como se fosse sexta, porque do contrário fazemos com que o tempo passe rápido demais.
É claro que ninguém me entendeu. Porque talvez isso seja uma coisa que apenas eu deseje. Que o tempo não passe, ou que pelo menos, diminua a sua marcha. Duas coisas impossíveis de se desejar.
Tempo é tempo, e é sempre o mesmo. Cada dia com suas 24 horas, impossível de se alterar. Mas a pergunta é: O que estamos fazendo com essas horas?
É claro, que também eu, depois de uma semana cheia, desejo o meu fim de semana para ver amigos, sair, viajar se for um "prolongado", ler meus livros, escrever com mais sossego, curtir meus filhos, meu marido ou ficar de "pernas para o ar".
E para que isso aconteça, estamos sempre vivendo no minuto que ainda não veio, sempre desejando as horas que ainda não existem, projetando a nossa felicidade no amanhã, deixando de viver o presente, que é o agora. E fazendo isto, deixamos de prestar atenção no momento, não nos damos conta da enorme riqueza de inúmeras paisagens que não vemos, fazendo com que nos tornemos seres sem memória.
Querendo a sexta, esquecemos da semana toda; querendo o ano novo, esquecemos todos os meses, e de repente não temos mais 20 ou 30 anos, mas chegamos aos 60, 70, 80, sem perceber.
Existe um exercício budista do "aqui e agora":
"Aqui e agora", estou respirando, e sentindo todo o ar entrar pelo meu corpo me dando vida.
"Aqui e agora", desejo ver o que esta vida quer mostrar para mim.
"Aqui e agora", estou trabalhando e dedicando o meu tempo para que o meu trabalho seja bom.
"Aqui e agora"... e por aí vai.
Aqui e agora, se torna assim o minuto mais importante, aquele que é vital, que nos resgata de nós mesmos. Que saibamos viver os nossos "aqui" e os nossos "agora".
Pisar no freio, engatar a primeira, e observar a beleza de cada dia. Talvez assim a segunda deixe de ser um dia chato, talvez assim nossa vida se torne mais leve, mais feliz. E daqui alguns anos, possamos nos lembrar com saudade de momentos que ficaram para sempre, pelo simples motivo de que soubemos vivê-los intensamente.
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