Esses últimos dias foram pesados. Tirei todas as coisas dos armários da cozinha e mudei algumas coisas de lugar. Limpei tudo, comprei coisas que faltavam e joguei fora um monte que não estavam boas, estragadas ou para doação. Levei tapetes à lavanderia, assim como uns bons edredons de verão. Reconfigurei os armários, resolvendo problemas que me incomodavam há anos.
É interessante como pensar fora da caixa é complicado. Minha irmã mais nova morava nesse apartamento antes de me mudar e, sem querer, eu mantive as coisas nos mesmos lugares que ela mantinha. Parecia “o certo”, mas depois de bagunçar pareceu bem melhor.
Também me animei com as minhas plantas. Eu amo cultivar plantas.
Tinha uma pequena fonte de plástico, que comprei há anos, e que não funcionava mais. A bomba era fraca, vivia quebrando. Foi para o lixo. No lugar eu comprei uma linda tigela de porcelana, usada para fazer bonsai. Coloquei uma bomba nova e algumas pedras de seixos e tenho uma fonte novinha, com um forte som de água que eu adoro. Coisas simples, muito simples, mas que mudaram a configuração de tudo.
Juntei as plantas mais tropicais junto à fonte, separei algumas outras e até mesmo fiz um cantinho em homenagem a minha avó falecida, com um belo e imenso vaso de antúrios e uma samambaia em cima, exatamente como era o corredor da casa dela. Está delicioso. E o melhor é que eu já tinha as plantas todas, elas só precisavam de organização e limpeza.
Limpar e organizar te dá a sua casa de volta e a sua vida de volta. Há uns meses, comecei esse processo. Organizei absolutamente tudo novamente, está tudo funcionando como um relógio suíço. Mudei coisas que escolhi há anos, mas que não percebia que não serviam mais. Isso aconteceu com a agenda, a caixa de e-mail, o armário de sapatos, as finanças, as roupas. Tudo precisava ser readaptado a minha realidade atual. É por isso que arrumar e limpar é tão importante.
Não importa o quanto pareça bom, sempre pode melhorar. Somos seres de hábitos. Nossos cérebros trabalham para manter tudo funcionando igual e, assim, não gastar muita energia. O cérebro é econômico porque, se der algo errado, ele terá energia armazenada. Mas isso nos mantêm na famosa zona de conforto, fazendo coisas iguais para sempre, mesmo que elas não façam sentido.
Quando eu era criança, viajamos quase todos os finais de semana para a casa da praia. A vida mudou, crescemos, casamos, trabalhamos e isso não é mais possível. Meus pais acabaram se adaptando às infinitas festinhas na escola das crianças e não viajam mais tanto.
Quando perguntei por que o meu pai escolheu uma placa para o carro novo dele com rodízio na quinta ele respondeu: “Tinha uma com rodízio na sexta, mas pensei no caso de irmos viajar para a praia”. Entendem? Repetimos padrões e hábitos que não existem mais e tomamos novas decisões baseados nisso. Esse é o perigo de ir deixando para lá.
Não é à toa que os programas de transformação fazem tanto sucesso. A pessoa enraíza hábitos e quando alguém vem e mostra que pode ser diferente, ela renasce. É incrível como a vida volta aos olhos em poucos minutos e nós adoramos isso.
Então, que tal aproveitar um dos muitos feriados do ano para ver isso ao invés de gastar mais alguns dias prostrado em frente à TV?. Eu adoro TV, mas às vezes precisamos ir lá fora brincar. E, principalmente, rever nossos hábitos e nossas pequenas manias enraizadas. Isso pode ser o começo de uma grande mudança.
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