Os sete Princípios das Leis Herméticas são as leis universais que revelam o mecanismo que rege o funcionamento do Universo. O primeiro desses princípios é o Mentalismo, que faz referência ao poder da mente.
“O todo é mente; o Universo é mental.”
Somos o que pensamos e nossos pensamentos determinam nossa existência e a qualidade dela. Como parte do Universo, que é pura energia, e, como somos partes desse todo, também somos energia e vibramos em alguma frequência. O pensamento é vibração, é energia, mas também, graças a um outro princípio (sobre o qual falaremos mais tarde), o da Polaridade, pensamento também é matéria, por isso se manifesta com seus efeitos, fazendo jus à máxima de que “somos aquilo que pensamos”, ou seja, nossos pensamentos têm o poder de atração. Por causa desse poder, entende-se que, assim como eles podem nos puxar para baixo, também podem ser trabalhados por meio do autoconhecimento e fazer com que possamos dirigir nossas ações e emoções.
No Hermetismo, há três planos: o mental, o físico e o espiritual. O plano mental está relacionado ao pensamento, à intuição e mesmo À razão. E é a união dos três planos, a partir do pensamento, do mental, que pode alavancar todos os outros princípios.
Essa força poderosa que é o mentalismo, a força do pensamento, nos traz a ideia de que tudo que está ao nosso redor – e até mesmo a nossa existência – existe a partir de nós, não do mundo externo.
Assim como o próprio Universo – que existe a partir de seu Criador –, é dentro de nós que encontramos as respostas. Para além de uma compreensão mais específica, trazemos esse conceito para todas as esferas de nossa vida. O que isso quer dizer, na prática? Quer dizer que é dentro de nós que habita a força para mudarmos comportamentos e crenças. Não significa que iremos materializar coisas que imaginamos (por exemplo, penso numa caneta, então nosso pensamento se materializa nesse objeto), mas que o pensamento pode ser aperfeiçoado para que possamos avançar e evoluir.
Apesar de os princípios herméticos não estarem associados, em sua raiz, a religiões ou doutrinas, há sempre a possibilidade de se fazer uma relação entre o Hermetismo, a religião e a ciência, uma vez que tudo no Universo está conectado e interligado.
Correlação com a religião
A ideia hermética de que o Universo é um pensamento na mente do Criador nos leva a uma analogia à criação divina. Se, para a religião, “no princípio era o verbo” – o fazer, o existir, o criar –, para o Hermetismo, o princípio é o mentalismo. Sendo assim, pensamento está para a criação divina assim como o Criador está para Deus. Ambos – pensamento e verbo – são a essência de toda a existência.
No entanto o desdobramento do mentalismo nos leva com mais segurança ao campo do budismo. São as filosofias budistas que estão mais alinhadas aos princípios herméticos, em especial ao do mentalismo. Os objetos de busca de ambas as doutrinas são o autoconhecimento e a evolução, por meio da força do pensamento e da mudança da mentalidade sobre nós mesmos e as todas as coisas ao nosso redor.
Para o budismo, tudo tem consciência e tudo está vivo. Para Buda, a mente cria e descria. E o domínio da mente pode trazer grandes transformações dentro e fora de nós. Não à toa, a meditação é uma poderosa ferramenta para o autocontrole, pois é “domando nossa própria fera” que alcançaremos o equilíbrio interno e externo.
Relação com a ciência
Existe uma forte relação desse princípio com a física quântica e o conceito de superposição coerente, que afirma que uma partícula (um elétron, por exemplo) existe parcialmente em todos os estados possíveis de forma simultânea antes de ser observado ou medido. A partir do momento em que ele é observado, mostra-se em um único estado. Em uma explicação mais simplista, é a nossa observação que faz com que a partícula exista. Ou seja, a realidade percebida por nós é criada por nossa percepção. Não “criamos” aquilo que vemos, mas aquilo que vemos existe porque o percebemos.
Para o “Caibalion”
O “Caibalion” é uma obra de referência quando o assunto é a Filosofia Hermética; ela idealizada pelo filósofo Hermes Trismegisto. Publicado em 1908, com autoria atribuída ao pseudônimo Os Três Iniciados, o “Caibalion” compila os sete Princípios Herméticos.
Com sua filosofia profunda, que é base de um saber universal, a obra faz parte de um conjunto maior de ensinamentos místicos em que residem os fundamentos e os desdobramentos do Hermetismo.
Assim é que o “Caibalion” define, na íntegra, o Princípio do Mentalismo: “O todo é mente; o Universo é mental”.
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Esse Princípio contém a verdade de que tudo é mente. Explica que O TODO (que é a realidade substancial que se oculta em todas as manifestações e aparências que conhecemos sob o nome de universo material, fenômenos da vida, matéria, energia – ou, numa palavra, sob tudo o que tem aparência aos nossos sentidos materiais) é ESPÍRITO, é INCOGNOSCÍVEL e INDEFINÍVEL em si mesmo, mas pode ser considerado como uma MENTE VIVENTE INFINITA e UNIVERSAL.
Ensina também que todo o mundo fenomenal ou o universo é simplesmente uma criação mental do TODO sujeita às leis das coisas criadas e que o universo, como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja mente vivemos, movemos e temos a nossa existência. Esse princípio, estabelecendo a matureza mental do universo, explica todos os fenômenos mentais e psíquicos que ocupam grande parte da atenção pública, e que, sem tal explicação, seriam ininteligíveis e desafiariam o exame científico.
A compreensão desse Princípio Hermético do Mentalismo habilita o indivíduo a abarcar prontamente as leis do Universo Mental e a aplicar o mesmo Princípio para a sua felicidade e o seu adiantamento. O estudante hermetista ainda não sabe aplicar inteligentemente a grande Lei Mental, apesar de empregá-la de maneira casual.
Com a chave-mestra em seu poder, o estudante poderá abrir as diversas portas do templo psíquico e mental do conhecimento e entrar por elas livre e inteligentemente. Esse Princípio explica a verdadeira natureza da força, da energia e da matéria, como e por que todas elas são subordinadas ao domínio da mente. Um velho mestre hermético escreveu, há muito tempo: “Aquele que compreende a verdade da natureza mental do universo está bem avançado no caminho do domínio”. E essas palavras são tão verdadeiras hoje quanto no tempo em que foram escritas. Sem essa chave-mestra, o domínio é impossível e o estudante baterá em vão nas diversas portas do templo.”
Saindo dessa linguagem mais rebuscada, própria dos iniciados, corroboramos o que já havíamos explicado no início do artigo: a existência é fruto do nosso pensamento e da nossa percepção. O simples fato de dominar esse princípio nos torna mais preparados para alcançar a evolução e o aprimoramento pessoal e, por consequência, o todo, para então partirmos para a consecução dos outros princípios, pois, para o Hermetismo, tudo está interligado em todos os níveis.
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