Sentei-me na cadeira do passe energético (que os trabalhadores do centro que eu frequento fazem todos os meses) meio doida. Explico: ansiedade é um tipo de loucura. Claro, não estou falando de um pouco de ansiedade, porque tem alguma coisa que você vai fazer e é boa ou ruim. Todo mundo fica meio ansioso diante de uma prova ou de uma viagem, isso é normal. Mas com um montão de projetos rodando a minha cabeça o tempo todo, louca era um termo mais apropriado.
A entidade começou o passe. Senti que eu não tinha nada de tão errado, mas comecei a sentir uma cócega na cabeça (na falta de termo melhor). É como se todos os meus pensamentos estivessem sendo retirados, arrumados e organizados numa questão de segundos. Respirei fundo, sentindo um profundo alívio que eu nem sabia de onde vinha. A entidade então me chamou “Terminamos” e “Deixa eu te falar uma coisa: não se desespere. Não adianta nada ficar pensando em mil coisas ao mesmo tempo”. Eu acenei com a cabeça entendendo perfeitamente do que ele estava falando. Eu tinha mesmo saído da casinha.
E por “sair da casinha” eu entendo: eu não estava mais ali. Eu estava presa na freeway dos meus pensamentos. Uma grande rodovia sem policiamento. Eles se cortavam entre si, não terminavam. Eles se atropelavam, pensamentos bons, fantasias, viagens e catástrofes. Sentia uma grande confusão, não estava conseguindo tomar decisões simples como escolher o sabor da torta na hora do almoço. Senti que estava bem perdida e que precisava mudar isso.
A minha maneira de começar a mudar isso foi o passe energético (onde o trabalhador limpa o seu campo energético e astral), mas poderia ter sido de outras maneiras. Você pode meditar, pode se sentar na frente de um jardim bonito e tentar perceber a beleza que existe ali. Pode tentar controlar o fluxo respirando profundamente cada vez que sentir que está andando rápido demais. O Dr. Augusto Cury chama isso de “Síndrome do pensamento acelerado” e eu acho que 90% das pessoas passa, já passou ou ainda vai passar por isso. É quando os pensamentos se aceleram tanto, tanto, que perdem o sentido. Fica difícil tomar decisões, o medo pode começar a tomar conta de tudo o que você faz, você entra em desespero, como bem disse a entidade sobre mim. Eu sugiro a leitura do livro dele “Ansiedade: o mal do século” para entender melhor estes fenômenos.
Agora, depois do passe, e me sentindo melhor, estou respirando. Estou entendendo que tudo tem o seu próprio tempo e que se ficamos pensando muito lá na frente perdemos o momento presente. Perdemos coisas pequenas como os sorrisos, os olhares. Perdemos curtir de verdade a nossa vida, o nosso corpo e o nosso bem-estar. Exercícios físicos, andar na terra (ou areia), meditação e principalmente vigiar seus pensamentos pode ajudar muito. Eu estou me sentindo em mim de novo (nem conseguiria escrever se não fosse assim). Volte para si, para o momento presente e aproveite o que você tem no hoje, no agora. Crianças crescem, o verão acaba, o dinheiro volta, mas o momento presente nunca mais.
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