Quem poderia imaginar? Eu é que não... Que fosse uma virtude, até aí tudo bem, existe alguma discussão sobre o assunto, mas vá lá, agora que existiu uma santinha responsável por ela, isso não sabia, e olha que estudei boa parte da vida em escola de freiras, onde aprendi como era ou ainda é de praxe em colégios que são católicos fervorosos com certeza muitos nomes e histórias da vida de santos e santas.
Neste colégio certamente nos pediam, talvez até nos treinavam para ter toda paciência possível para todas as coisas da vida, para assim poder vivê-la de uma melhor forma. Quando conseguíamos em nossa meninice e juventude aquietar a mente era muito bom ter a Santa (ou não) Paciência, por perto, para fazer o que era preciso fazer. Lições que aprendemos lá atrás e que permanecem pela vida afora.
O duro mesmo continua sendo aquietar a mente agitada em meio ao murmúrio de tantas coisas por fazer, o estresse acaba com ela, e quando se pretende ter a “mente zen” com muita paciência, em meio a tudo isso ela é a primeira a sumir.
Pois bem, jamais pensei que pudesse realmente existir uma Santa com este nome, mas o mundo vive para nos surpreender a cada momento, principalmente quando podemos dar uma chance a ele e olhamos em volta. Esta surpresa feliz tive quando caminhava pelas ruelas bem no meio daquele sobe e desce das escadarias da cidade do Porto.
Porém, o que me levou até ela foi o nome de uma igreja, Igreja dos Grilos, que me pareceu no mínimo curioso. Afinal, para os católicos nada melhor que uma boa oração em uma igreja de sua devoção, para resolver alguns “grilos”. Esta foi uma visita bem intensa. Saber da história foi bem interessante, o seminarista de plantão ajudou-me a entender de onde veio toda esta situação, que difere no nome da igreja.
Foi assim, padres foram enviados de Lisboa para “fundar” uma congregação bem ali, a casa mãe como se costuma dizer era situada lá na capital na rua dos Grilos. Os moradores da pequena cidade passaram a identificar os padres como da Igreja dos Grilos, e assim a Igreja dos Grilos foi ganhando corpo e com o tempo ninguém mais foi capaz de dar-lhe outro nome, nem se fala qual o nome do santo padroeiro, simplesmente tornou Igreja dos Grilos.
Depois de minha curiosidade satisfeitíssima, fui dar um “rolê” pela igreja finalmente para rezar, e então encontrei um genuflexório, aquele lugarzinho especial para que possamos ajoelhar e já que ajoelhamos, rezamos! Bem ao lado estava o que? Uma caixa de coleta de doação para a Nossa Senhora da Paciência! Prontamente e com muita devoção depositei na caixa umas moedas para que esta, que até então pensava ser apenas uma virtude, se torne doravante uma companheira inseparável.
Afinal, paciência nunca é demais! Em lugar nenhum e para nada! Mas espere, não foi só isso, o interessante é que colocaram juntinho da caixa onde se pode colocar doações para a Santa Paciência outra para doações à Nossa Senhora da Boa Morte. Muitos dizem que é uma boa dobradinha perfeita, uma “boa morte”, o que pode bem ser uma boa pedida, partir sem muitas delongas.
Bom, pelo sim ou pelo não, na hora sem muito pensar, tratei de colocar outras tantas moedas na outra caixa também, é sempre bom garantir, e como diz na bíblia, “pedi e recebereis”! Que esta Nossa Senhora nos possa favorecer na hora que precisarmos dela. Amém!
Confira também: