A Semana Santa é um dos períodos mais aguardados pelos cristãos. É a data em que celebramos a Paixão, a morte e a ressurreição de Cristo. O início das celebrações se dá no Domingo de Ramos, encerrando-se com o Domingo de Páscoa.
Todos os dias da Semana Santa têm um simbolismo muito marcante e trazem consigo os ritos próprios de cada solenidade. Em especial, a Sexta-Feira Santa, também chamada Sexta-Feira da Paixão, que relembra os cristãos sobre a crucificação de Jesus e seu calvário.
Feriado móvel
Esse dia foi instituído como feriado federal, pela Lei nº 9.093, de 12/09/1995. Faz parte do Tríduo Pascal, que se inicia na Grande e Sagrada Quinta-Feira e marca as últimas celebrações da Semana Santa.
A Sexta-Feira Santa é uma data móvel, ou seja, não tem um dia no mês específico. Ocorre no fim da Quaresma e é a sexta-feira que precede o domingo de Páscoa – que também é uma data móvel, condicionada ao equinócio da primavera e à lua cheia.
Dia de reflexão e penitências
A Sexta-Feira da Paixão representa um momento de reflexão para os cristãos, pois reflete o drama de Jesus no calvário. Ele morreu na cruz pelos pecados da humanidade – mesmo nunca tendo pecado –, cumprindo, assim, seu objetivo na Terra: salvar o mundo.
Os acontecimentos na vida de Jesus – em especial em seus últimos dias – marcam a importância dessa data. Por três anos, Jesus viveu pregando e preparando seus discípulos para formar a Igreja. Chegando a Jerusalém, foi aclamado como o Messias, porém os romanos não acreditavam que ele era o Filho de Deus e passaram a persegui-lo.
Jesus foi traído por Judas Iscariotes, que o entregou aos romanos, foi amarrado à cruz, arrastado pela Via Sacra, torturado, humilhado e finalmente foi crucificado e morto. E a Sexta-Feira Santa é a representação de todo esse sofrimento de Cristo, que, mesmo podendo livrar-se de seu destino, decidiu morrer por nós.
Esse é um dia para não nos esquecermos do sacrifício de Cristo – não haveria salvação sem a existência dessa data. E todos aqueles que acreditam em Jesus, nosso Salvador, poderão receber o perdão divino.
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Entre os cristãos, é um dia de penitências e rituais – entre eles o jejum e a abstenção de carne, por exemplo (sendo comum a abstinência de outros alimentos e comportamentos), especialmente para os católicos. É em decorrência dessa tradição que o peixe se torna o prato principal da ceia nessa data.
É o único dia da Semana Santa em que não se celebra missa nem há consagração da hóstia. Alguns ritos são realizados – como a Solene Ação Litúrgica da Paixão e Adoração da Cruz, a narrativa da Paixão (com todos os eventos desde o interrogatório de Jesus até seu sepultamento), a Oração Universal. À noite, por tradição, ocorre a Procissão do Enterro.
Entre os fiéis é comum, como homenagem, a realização de encenações reconstituindo os últimos instantes da vida de Jesus – desde seu julgamento até a sua ressurreição.
A Sexta-Feira Santa e as religiões
Tradicionalmente, o cristianismo é a única religião que celebra a Sexta-Feira Santa. Mas a Semana Santa, em si, tem uma forma de ser celebrada em diferentes religiões, cada qual com suas convicções, e muitas delas inclusive incorporando a celebração, mesmo não comungando dos mesmos princípios.
Os budistas, por exemplo, não comemoram formalmente essa data, já que a história de Buda remonta a séculos antes de Jesus. Mas há aqueles que incorporam os princípios cristãos em suas vidas, podendo se basear nos simbolismos da Semana Santa para refletirem sobre sacrifícios e perdão.
Já os espíritas veem a Semana Santa como uma data comum, mas, como é característico de quem segue essa doutrina, é praticado o respeito a outras religiões, bem como sua validação. Por isso, é também para eles um período de reflexões, mas sobre a questão de que Jesus morreu para salvar nossos pecados é algo controverso, uma vez que muitos espíritas não acreditam que os pecados de uma pessoa possam ser pagos por outra, pois ninguém pode consertar os erros de alguém, senão esse próprio indivíduo.
Assim como os cristãos, os judeus comemoram esse período de oito dias, que culmina com o Pessach – que deu origem à Pascoa. O Pessach significa “passagem” – o povo israelita saindo da condição de escravo no Egito, partindo para a libertação da Terra Prometida, por meio da travessia do Mar Vermelho. A figura central dessa celebração é Moisés. Quanto às tradições, enquanto no cristianismo a maioria dos fiéis evita comer carne vermelha, os judeus não comem nada feito com farinha. O prato típico é o pão ázimo – ou matzá –, feito apenas com trigo e água. Esse pão representa a pressa dos hebreus na fuga do Egito.
Como podemos ver, são muitas as simbologias que permeiam essa data que se inclui em uma data ainda maior e mais significativa para os cristãos. Sexta-Feira Santa é dia de refletir sobre tudo que Jesus fez por nós, na vida e na morte. Mas é também o momento de pensarmos sobre nossas ações e nossa responsabilidade sobre tudo que fazemos para os outros e para nós mesmos, e que tudo tem consequências. Não podemos pensar que Jesus morreu em vão e que nossa salvação está garantida somente porque ele assim planejou. Precisamos honrar esse sacrifício e fazer a nossa parte, para que possamos, de fato, celebrar um mundo melhor.
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