Durante a minha trajetória como Psicanalista, uma das coisas que mais me chama a atenção é o jeito com que algumas pessoas e alguns canais de informação (des)tratam do assunto terapia, muitas vezes de maneira simplista ou até mesmo míope, onde constato o quanto essas pessoas e profissionais das mais diferentes mídias estão ainda despreparados para abordarem um assunto de tamanha profundidade e importância para a pessoa humana.
Importante não só pelo fato de lidarmos com as emoções, frustrações, angústias, desejos, inconsciente... mas também na busca séria e responsável de um bem estar psíquico que não se limite a receitas prontas ou fórmulas mágicas, que muitas vezes podem levar a uma falsa zona de conforto ou de passividade, como se o Universo sozinho fosse capaz de fazer a nossa parte, e assim nos desobrigando de trabalhar em prol de nossa busca pela verdadeira felicidade e bem estar.
Havendo essa determinação e respeito com as nossas próprias emoções e sentimentos, abre-se um grande caminho de possibilidades para podermos vivenciar esse processo terapêutico de entendimento pessoal e coletivo de uma maneira mais consistente e efetiva, onde em cada etapa da terapia, mesmo que se mostrando desafiadora em alguns momentos, as informações tendem a aflorar de maneira simples e natural, o que favorece o aprofundamento da análise e conseqüentemente até mesmo a chance de arejarmos a alma, pois neste momento começamos a nos desarmar de culpas, regras, rótulos e papéis que são tão nos cobrados diariamente.
Para que essa faxina interior aconteça de maneira ampla é necessário nos permitirmos a algumas releituras e ressignificações de posturas, reações e ações, pois somos o resultado do que vivenciamos ou não, somando frustrações, decepções, sensações e (des)informações capazes de nos prejudicar também em nossas relações afetivas, pois somos verdadeiramente um conjunto da obra, e sempre em constante evolução.
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