O que acontece quando morremos aqui na Terra? Nosso espírito vai para algum lugar? Retorna para cá? Existe um espírito? Não temos resposta exata para nenhuma dessas perguntas e para outras que nos fazem pensar sobre o além-vida. Por essa razão, as religiões refletem bastante sobre isso, e cada uma delas tem um modo de pensar.
Talvez você tenha crescido em meio a alguma religião ou sem seguir nenhuma, então pode ter pouco conhecimento a respeito de como cada uma delas considera a vida após a morte. Sendo assim, preparamos um artigo que mostra como cada uma das principais religiões do Brasil interpreta a morte e o que há depois dela. Confira!
Budismo
Os budistas acreditam que o corpo físico não existe, porque o espírito vai e volta da existência terrena. Depois de deixar o corpo após a morte, o espírito se move. De acordo com o budismo tibetano, ele passa por 49 etapas de regeneração e reorganização antes de encarnar novamente em uma nova pessoa, em um animal ou ser inanimado, dependendo do carma e da conduta que teve na vida anterior.
Já para o budismo mahayana, depois que se desloca do corpo físico morto, o espírito é levado à Terra Pura, onde é preparado para voltar à vida ou para ir para o plano superior, caso já tenha superado seu carma e alcançado a iluminação, desapegando de coisas materiais, praticando o bem e tendo pensamentos puros em vida.
Candomblé
Como é uma religião com muitas vertentes, é difícil afirmar com certeza o que pensam os candomblecistas, mas a maior parte deles acredita que estamos em vida para cumprir uma missão; quando morremos, portanto, cumprimos a missão e estamos prontos para seguir em frente.
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E seguir em frente significa reencarnar, seguindo seu propósito evolutivo, até que um dia o espírito esteja iluminado e a reencarnação não seja mais necessária.
Espiritismo
A morte, para os espíritas, é chamada de desencarne. Segundo essa religião, após deixar o corpo, o espírito vai se desligando do plano físico. Quando menos apegado às coisas materiais um espírito foi, mais fácil é se desligar do plano físico. Aqueles que não creem na continuidade após a morte podem até mesmo nunca se desligar do plano físico.
Segundo essa religião, se tivemos boas ações e pensamentos ao longo da vida, alcançaremos o que é conhecido como comunidade de luz, na qual confraternizaremos com outros espíritos iluminados. Se nossas ações foram negativas em vida, passamos algum tempo no umbral, onde desapegamos do material e elevamos nossos pensamentos.
Depois de se preparar por algum tempo, o espírito recebe a oportunidade de retornar ao plano físico quantas vezes forem necessárias, caso precise cumprir missões e continuar aprendendo para seguir evoluindo.
Cristianismo
Para o cristianismo, a vida é eterna. Ou seja, quando nosso corpo físico morre, nosso corpo espiritual segue em frente, e o lugar para onde irá em seguida depende das atitudes que o indivíduo teve em vida. E os lugares podem ser dois (protestantismo/igrejas evangélicas) ou três (católicos): céu para os bons, inferno para os ruins e purgatório para quem ainda pode se salvar (válido somente para os católicos).
Após morrer, o espírito é julgado com base nos ensinamentos disseminados por Jesus Cristo, filho de Deus: se as atitudes que a pessoa teve em vida foram pautadas por conceitos como amor ao próximo, paz e caridade, sua alma vai ao céu; caso contrário, vai para o inferno.
Segundo os católicos, as almas que não foram completamente salvas, mas também não foram condenadas, têm uma espécie de segunda chance no purgatório, onde passam por um período de purificação, para que possam subir aos céus.
Hinduísmo
Segundo os hinduístas, quando um corpo morre, a alma parte para outra dimensão, mas, após algum tempo, precisa reencarnar para seguir cumprindo suas missões e corrigir os erros cometidos em outras vidas.
A depender do nível espiritual e mental do ser desencarnado, ele retorna à Terra em uma das diferentes castas: os brâmanes, a casta mais alta, dos sacerdotes e letrados; os xátrias, casta dos guerreiros; vaixás, casta dos comerciantes; e os sudras, os servos em geral, responsáveis pelo trabalho braçal.
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Essas divisões são seguidas até hoje na Índia e seguem um padrão de hereditariedade. Para ascender no sistema de castas, uma pessoa precisa trabalhar seu crescimento espiritual em vida, para que possa reencarnar uma casta acima.
Judaísmo
Segundo o judaísmo, após a morte, a alma se desprende do corpo em fases: no momento da morte; no 7º dia após a morte; no 30º dia após a morte e um ano depois do fim da vida. A família do morto deve se manter de luto durante esse processo todo, encaminhando a alma ao paraíso.
Após chegar ao além-vida, o espírito é avaliado por uma corte celestial, que define se ela irá ao paraíso, ser envolvido pela presença de Deus, ou se irá a uma espécie de inferno. Diferentemente do cristianismo, porém, esse “lugar” não é permanente nem punitivo, mas de purificação. Após 12 meses nele, um espírito pode seguir para o paraíso.
Islamismo
Para os muçulmanos, a morte não é algo que deve ser temido, mas abraçado no momento em que acontece, porque é a união do espírito a Deus. Após a morte, o espírito só “segue em frente” após o enterro, quando é levado para Barzakh, uma dimensão paralela entre o descanso eterno e o mundo dos vivos.
Aqueles que morrem seguindo a fé islâmica vão direto ao paraíso, mas os não muçulmanos também podem se salvar, desde que respondam adequadamente quando receberem algumas perguntas. Quem responder adequadamente vai ao paraíso, enquanto os outros vão a um lugar de punição e sofrimento.
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Mas esse lugar é provisório, porque o a parada final só será definido no Dia do Juízo, quando Alá analisará caso a caso, especialmente daqueles que tinham saldo negativo, por assim dizer.
Enfim, essa é a maneira como cada uma das principais religiões do nosso país analisa a morte. Independentemente de qual seja a sua crença e a sua religião, é importante respeitar cada uma delas e entender que fé é diferente de verdade absoluta, então cada um pode crer naquilo que faz mais sentido para si!
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