Como ser feliz? O que nos torna felizes? Essa foi uma pergunta feita pelo pesquisador Robert Waldinger, diretor do estudo feito em Harvard, que pesquisou mais de 700 indivíduos por décadas, tendo seu início em 1983. Waldinger chegou a algumas conclusões interessantes e que falam muito sobre como criar seu filho para que esse tenha uma vida plena e feliz, pois afinal é isso que desejamos para nossos filhos ou pelo menos deveríamos desejar.
A VIDA É MAIS QUE APENAS O EU
O grande resultado que Waldinger encontrou é que pessoas que possuem relações com os outros, satisfeitas em seus relacionamentos e conectadas com as pessoas, possuem um corpo e cérebro mais saudável por muito mais tempo. Ou seja, o que nos mantém mais saudáveis é nossa qualidade de contato com o outro, a qualidade de nossas relações.
Se desejamos que nossos filhos tenham uma vida mais plena e feliz, precisamos ensiná-los a como criar esses laços com os outros. Precisamos mostrar como se conectar com as pessoas, o poder que a empatia tem, de conseguir ver o outro no mundo dele. De maneira geral, criamos nossos filhos para a competição. A escola, a faculdade, as vagas de emprego operam em uma lógica de competição. Mas se ensinarmos nossos filhos que não precisamos competir, mas sim apoiar, criar redes, crias conexões profundas com outras pessoas, nossas crianças serão a luz no mundo.
COMO FAZEMOS ISSO?
Crianças aprendem mais pelo exemplo do que pela instrução. Conosco também é assim.
É muito mais potente passarmos pela experiência de meditar do que simplesmente recebermos a instrução de como é essa prática. Assim, se queremos que nossos filhos se conectem às pessoas e criem laços que produzam uma vida mais saudável e feliz, precisamos aprender a fazer isso, a ser o exemplo que nossos filhos devem seguir. Um pai que pede que os filhos leiam livros, mas nunca lê um livro cria uma visão incoerente para os filhos. O exemplo é sempre mais forte que a instrução.
Por essa razão devemos também aumentar nossas conexões e desenvolvermos uma visão de empatia, que se preocupa com o outro. Não apenas para a nossa felicidade, mas para a felicidade daqueles que herdarão o mundo que hoje habitamos. É uma sabedoria muito profunda plantar para outra pessoa colher. Essa deve ser nossa motivação. O caminho da compaixão e da felicidade só é possível quando há o outro.
Um ponto que confirma essa visão é quando ocorre a depressão. Já falei em outros textos, mas volto a afirmar aqui: a depressão é o excesso de eu. Quando ocorre a preocupação excessiva e a fixação apenas no eu, a pessoa rapidamente adoece. Isso ocorre porque sua visão se estreita e ela não consegue ver mais além de si mesma. O contrário também é verdadeiro. Quando a visão se amplia e conseguimos entender que a causa da nossa felicidade é o outro e não nós mesmos, não precisamos mais nos fixarmos a algo tão pequeno quanto o eu.
A conexão com o outro é algo que só faz nossa mente, coração e visão crescerem. Se queremos trazer felicidade a nossos filhos, precisamos apresentar a eles a verdadeira beleza e alegria que reside quando nos conectamos com o outro. Não prive seu filho dessa linda forma de viver. Conecte-se e seja o exemplo que seu filho merece.
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