O ser humano é um ser social. Vivemos em sociedade e essa forma de viver permitiu que o homem conseguisse avançar tecnologicamente. Entretanto, à medida que avançamos em complexidade de nossa sociedade, tanto social como tecnologicamente, vamos aumentando nossa individualização e nos separando de uma comunidade. A comunidade, que é a comunhão e reunião de diversas pessoas, vai se perdendo e vamos entrando em isolamento.
A ideia de propriedade privada foi criando em nós uma necessidade de ter nossa própria moradia. A acumulação de riqueza também gerou a competitividade, pois agora competimos para ver quem é melhor em determinado aspecto. Assim se criam frases como, “nunca desista”, “somente com seu suor é que você conquista as coisas”, “melhorar cada vez mais” etc.
Essas duas ideias criam em nós um grande problema: o isolamento. Atualmente, moramos em condomínios, mas não conhecemos os nossos vizinhos. Vamos nos isolando cada vez mais em nossa realidade, sem nos conectarmos às outras pessoas. Perdemos o interesse pela vida do outro e focamos em adquirir mais coisas, pois afinal são elas (as coisas) que nos trarão felicidade. Em uma lógica do consumo, passamos a lutar para adquirir coisas e as pessoas vão sendo abandonadas ou isoladas.
Contudo, se entendermos que a felicidade do outro é também a minha felicidade, aprenderemos que a rede é uma grande fonte de alegria e bem-estar. Mas o que é essa rede?
A rede
Rede, nesse aspecto de sociabilidade, significa a estrutura em que diversos indivíduos mantêm vários tipos diferentes de relações, sejam de amizades, negócios, familiares ou sexuais. Nessa rede estão as pessoas que nos darão apoio e suporte nos momentos difíceis e as quais também ajudaremos.
Na conexão com as pessoas podemos experienciar a gratidão, o auxílio ao outro, a compaixão, alegrias, compartilhar tristezas e ver outras realidades. Ao perder esse contato com o outro, perdemos uma grande riqueza. Perdemos a vivência do outro e todo tesouro que ele traz.
Essa vivência quando perdida gera sensação de abandono e sofrimento. Porque perdemos a conexão com as pessoas, perdemos nossa união e agora somos seres individualizados em nossa casa e trabalho. Na natureza os animais sempre andam em conjunto, pois é uma forma de proteção e de viver de maneira mais segura.
Como dito anteriormente, o isolamento que estamos criando vai gerando cada vez mais problemas, que cremos ser individuais, por causa de nossa lógica individualista. Assim, a existência da depressão e ansiedade, cada vez mais crescente em nossa sociedade, é tratada como uma questão individual, quando na verdade reflete uma questão social e mais ampla. Se estamos mais afastados e competindo entre nós o tempo todo, é natural que sejamos mais ansiosos e quando estamos isolados depressivos.
A depressão, inclusive, poder estar associada aos índices de ansiedade, que são gerados por essa necessidade que temos de alcançar um status, ganhar mais dinheiro e sermos reconhecidos.
Entretanto, se estamos em nossa rede, a vida fica mais fácil. As comunidades se apoiam e somos sustentados por nossos méritos. Isso parece meio utópico para você? Se sim, saiba que comunidades assim já existem e isso as faz viver mais tempo e com mais qualidade de vida. Em um documentário chamado Happy, que tem no YouTube, você poderá ver como as redes e a conexão com as pessoas pode trazer uma vida com mais felicidade, alegria e bem-estar.
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