Como desenvolver a compaixão

A polarização é uma grande barreira a qual devemos vencer. Claro que em uma sociedade em que tudo é polarizado: homens ou mulheres, bem ou mal, direita ou esquerda... é mais fácil catalogar as coisas como isso ou aquilo. Ficamos tentados a catalogar todas as coisas em nosso sistema de crenças, queremos definir em qual classificação as pessoas se encaixam e se elas nos causam algum tipo de desconforto ou não.

Para que isso não ocorra, devemos desenvolver uma visão mais ampla do que nossos complexos sistemas de crenças. Precisamos desenvolver 3 fundamentos que regem nossa compaixão, de maneira a criar uma visão de ações virtuosas no mundo e que nos possibilitem ter uma jornada mais tranquila.

1º Compreender a causalidade

Todas nossas ações reverberam de alguma maneira em nossa realidade. Se queremos que nosso caminho seja mais fácil, basta termos em mente que precisamos, em cada ação, saber que nossos atos sempre tendem a voltar a nós. No oriente chama-se de carma o retorno de nossos atos. Por isso, em tradições orientais, cuida-se de cada palavra, pois sabem que o carma é gerado pelo corpo e pela fala.

Se levamos benefícios aos seres e conseguimos ajudá-los de alguma maneira, nosso carma será positivo e teremos mais recursos e méritos para andarmos nesse mundo. Precisamos compreender a causalidade, que cada ação que temos gera uma reação.

2º Desenvolver a sabedoria da empatia

As discussões ocorrem porque cada pessoa fica em seu mundo argumentando sua visão e esperando que a outra pessoa entre em sua “bolha de realidade”. Digo bolha, pois é como se a pessoa estivesse em uma bolha repleta de espelhos e apenas enxergasse seu próprio reflexo.

Para gerar o diálogo, é necessário que enxerguemos além de nossas bolhas e que tenhamos desenvolvido a sabedoria do espelho, ou da empatia. Podemos então enxergar o mundo do outro e entender qual a lógica construída atrás de sua “bolha de realidade”. Se não tivermos essa sabedoria, ficaremos apenas discutindo e não conseguiremos entender o outro para realmente ajudá-lo.

3º Entender a igualdade

Entender a igualdade é não separar as pessoas em merecedoras de nossa ajuda ou não merecedoras. Ao desenvolver a compaixão, ajudaremos todas as pessoas, independentemente se são ou não de nossa família, nossos amigos, ou se são pessoas que achamos merecer. Nesse estágio entenderemos que todos somos iguais, que todos estamos no mesmo mundo e que dentro de nossas realidades, fazemos o melhor que podemos.

Ao entender isso, auxiliaremos todas as pessoas sem distinção. Lembra que no início falamos sobre polarização? Ocorre que estamos sempre polarizando: nós e os outros. Mas essa distinção não existe realmente. Criamos ela em nossa mente e limitamos nossa capacidade de auxílio e de geração de méritos às pessoas. Precisamos desenvolver esse olhar de cuidado com o próximo, de cuidado com nossas ações e de nossas atitudes. Somente assim poderemos trilhar o caminho da compaixão e desenvolver essa emoção tão poderosa que gera inúmeros benefícios em nossas vidas. 

 

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