Eu quero compartilhar com vocês, por meio deste texto, algo que tenho aprendido ultimamente e que é muito libertador com relação às relações interpessoais. Acho que todos nós vivemos um pouco disso ao entrar em um caminho de expansão da consciência, o experienciar de certos abalos em nossas relações e muitas mudanças também em nós quando se tratam delas.
Pela lei da atração, o semelhante atrai o semelhante, ou seja, quando falamos de relacionamentos de um modo geral, a gente interage muito mais com quem é da nossa vibe e fala a nossa língua. E isso é algo natural, independentemente de compreensão da lei. Galinha que anda com pato, morre afogada. Isso quer dizer que é cada um com os “seus afins”.
E é natural também quando mudamos de percepção da realidade, afastarmo-nos de certas pessoas e nos aproximarmos de outras. Mudando a energia, tudo em volta de nós tende a mudar, inclusive as nossas relações. Seja com familiares, namorados, amigos ou colegas de trabalho, tudo se altera.
Agora, a questão que é foco aqui é a seguinte: Até onde o meu relacionamento com os outros é afetado pela mudança da minha consciência? E onde começa a minha intolerância ao diferente? Hum… Acho que só essa pergunta já põe a gente contra a parede. Eu sinto que acontece muito disso conosco. Existe uma posição interna e natural que tomamos no tocante às relações interpessoais ao despertarmos interiormente à espiritualidade, só que muito desse afastamento pode ser produto de uma visão negativa e separatista de nossa parte.
Acontece que, muitas vezes, podemos deixar de cultivar relação ou evitar a aproximação com certas pessoas só porque agora pensamos e agimos de forma diferente delas. Existem, sim, diferenças que são impossíveis de serem administradas em uma relação. Mas há outras, bobas, normais, que transformamos em grandes impedimentos para cultivar relações e desfrutar o melhor de determinadas pessoas.
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E tudo porque podemos achar que, pelo fato de termos despertado, só devemos andar com quem é da nossa turma. Acho que isso precisa ser avaliado com muita sabedoria e cuidado. Por causa de diferenças pequenas, deixamos de curtir muitas outras coisas boas com pessoas de nossa família, amigos, etc. Vestidos da crença de que “agora, eu só ando com quem pensa como eu”, fechamo-nos em uma redoma de isolamento, intolerância e arrogância por pensarmos em algumas vezes que, por sermos despertos, precisamos evitar os demais como se fôssemos melhores do que eles.
Isso é um problema sério. Está certo que é normal a gente querer estar perto de quem nos entende e caminha na mesma trilha, mas será mesmo que é preciso ser tão radical com quem é diferente? Eu acho que não. Até porque, como vamos ajudá-los nos afastando deles? Na minha maneira de ver, após nos reconectarmos com a luz em nós, o que precisa emanar de nosso ser é ainda mais amor, compreensão, tolerância e paciência. Antes de despertar, você tinha uma relação ótima com determinada pessoa, então, por que isso precisa acabar? Ao menos que a outra parte não te aceite em sua mudança, não existem motivos para haver esse afastamento.
Se você é mesmo da luz, agora, mais do que nunca, procurará ver o lado bom daquela pessoa, desfrutará do bom sentimento trocado, da relação gostosa, ao invés de focar nas diferenças surgidas após a mudança de consciência. Tem coisa que a gente pode passar por cima, sim. Tem coisa que a gente pode relevar, sim. Se nos tornamos intolerantes, separatistas e fazemos acepção de pessoas após o “despertar”, sinto que esse “despertar” deve ser questionado. Para mim, o nome disso é “Mudei de religião”.
Se a nossa mudança não nos ensina a sermos mais amáveis (não é forçar relações), longânimes, temperados emocionalmente e equilibrados com a justiça, com certeza, é sinal de que não houve a mudança de fato. Obviamente que tenho mais intimidade e proximidade com quem compartilha do mesmo propósito de vida que eu, mas não me privo de relações agradáveis com outros que pensam diferente de mim, não me afasto de quem gosto por causa de detalhes superficiais. Porque o amor precisa estar acima disso, do contrário, há algo errado com a nossa espiritualidade. Acredito que se afastar desnecessariamente de algumas pessoas queridas, excluí-las, é fazer o contrário do que o Mestre nos ensinou, ele se sentava com os “pecadores”, os mais “sujos” daquela sociedade.
Se você não se permite relacionar-se com quem não está desperto, é porque, talvez, você não esteja tão convicto assim do seu despertar. Pense melhor. A gente ganha muito mais desfrutando o bem dos outros do que desprezando-os por algumas coisas absolutamente irrelevantes.
Que o amor nos cure!
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