Descobri esse termo há pouco tempo. Uma mulher trans ativista da causa LGBTQ+ começou a usar esse termo na internet para justificar um tipo específico de ativista: aquele que faz pelos likes, e não pela causa.
Infelizmente tenho notado um movimento bastante forte nesse sentido. Vieses extremamente negativos e que podem levar a uma interpretação horrorosa e causar problemas reais no mundo real.
O ativista narcisista está sempre caçando a próxima tendência dentro do seu ramo. Ele cria situações, deturpa fatos, está mais interessado no burburinho do que naquilo sobre o qual ele de fato está falando. O problema é que essas pessoas, justamente por suas personalidades fortes, angariam um imenso número de seguidores. Pessoas que estão sendo diretamente influenciadas por suas falas.
Isso é extremamente perigoso. Quando uma pessoa começa a acreditar que tudo que acontece ao seu redor é por conta do mundo, do externo, e não de suas questões, a coisa fica realmente complicada. A realidade é que não temos controle sobre os outros. Esse tipo de situação leva a pessoa a ser mais agressiva e pode trazer quadros de depressão e ansiedade. Coisas que não a incomodavam passam a incomodar, porque alguém com alguma “autoridade” falou do assunto.
A verdade é que, apesar do famigerado lugar de fala, algumas dessas pessoas nunca leram um livro na vida. Por favor, não estou generalizando – existe, sim, muito ativismo inteligente na internet. Estou falando de uma minoria dentro de um imenso universo que não quer a igualdade. Quer, ao contrário, inverter as polaridades.
É como no caso do feminismo, racismo, gordofobia ou qualquer outra coisa. A ideia é que as ditas maiorias respeitem as ditas minorias. E não que as minorias passem a fazer com as maiorias o mesmo que foi feito a elas. Isso não é um ativismo, é uma espécie de ditadura. Eu tenho direito de ter um corpo gordo e de ser respeitada por isso. Mas não tenho direito de xingar uma musa fitness ou qualquer pessoa que cuide do seu corpo de qualquer outra maneira. São só maneiras diferentes de fazer a mesma coisa.
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A questão é que se formam sempre grupos opostos numa guerra sem fim. A guerra só traz duas coisas: mortos e feridos. Uma crise econômica enorme e devastação. O equilíbrio, por outro, lado conserta as diferenças sem vingança. Podemos ensinar o outro a nos respeitar e aprender a respeitar o outro sem forçação de barra.
Isso ainda é muito difícil, e confesso que esse tipo de ativista me irrita um pouco. Mas isso é uma questão minha que talvez eu precise trabalhar, não é mesmo? De qualquer maneira, lembre-se: nunca é o outro. Nunca é um. Somos sempre nós mesmos.
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