Aprendi com o tempo a conviver com dores e perdas, entendendo que na vida somos apenas passageiros de uma viagem que chegaremos ao destino sem muitos que iniciaram conosco.
Aprendi com o tempo que para algumas situações devemos ter muita paciência e longanimidade, pois não temos todas as respostas que queríamos e, creio eu, não as teremos jamais.
Aprendi que realmente os mais velhos são sábios e entendem mais da vida do que os mais jovens, pois eles convivem com a morte mais perto e isso faz toda a diferença entre sabedoria e ser afoito.
Aprendi que a esperança é algo palpável e real quando perdemos algo ou alguém de muito valor, pois é nela que estão depositadas as expectativas de um tempo melhor. Aprendi com o tempo que viver significa dia a dia, pois os planos a médio e longo prazo depois de uma certa idade não fazem o mínimo sentido.
Aprendi com o tempo que os pais ficam frágeis e sem muita vitalidade, e que eles precisam de muita atenção, e que isso dói neles e nos filhos, pois cuidar e deixar ser cuidado são aprendizados diários e dói.
Aprendi com o tempo que se distanciar de pessoas é normal e que a vida vai ficando monótona e com menos gente à volta, mas isso também se torna bom, pois o desejo de descansar e ficar só vira realidade.
Aprendi com o tempo que as dores e as perdas fazem parte da vida e aceitando ou não, elas chegam e levam de nós pedaços e ficamos mutilados para sempre, porém, a lembrança nos acompanha também e nos pacífica muitas vezes.
Aprendi com o tempo que nossos ouvidos ficam cheios de barulhos estranhos e que já não ouvimos tudo que ouvíamos quando mais jovens, creio até que isso é a mão de Deus, pois ouvir menos algumas coisas nos faz bem.
Aprendi com o tempo que tudo, sim, tudo passa e que Deus está sempre no controle de todas as coisas. É como diz o ditado: "Com o andar da carruagem as abóboras se encaixam." Aprendi com o tempo que somos muito complexos e que a vida é simples, rápida e passageira.
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