Este texto é a primeira parte deste artigo que possui fundamento na psicologia oriental. Quero relatar o que seria nessa visão os 3 maiores responsáveis pela felicidade, que geram as desarmonias na vida. Ao longo desses textos irei salientar porque esses 3 inimigos são tão poderosos, como atrapalham a sua felicidade e também como podemos nos desvencilhar dessas armadilhas criadas por nossa própria mente, pois sim, há uma saída.
O primeiro inimigo
Na filosofia oriental compreende-se que o ser humano é aquele que cria a própria realidade. Tendemos a acreditar que o mundo é algo separado de nós. Contudo, se somos separados do mundo onde vivemos, rapidamente morremos. Não somos separados do mundo, pois o planeta faz parte de nós. Sem ele não sobreviveríamos. No entanto, acreditamos que há um dentro e fora e assim o engano se inicia. Esse engano gera uma mente que crê em um dentro e um fora, quando separamos e criamos a mente dual (dentro e fora), também geramos a ignorância, que é a não-percepção desse fenômeno. No oriente isso chama-se avídia. Não percebemos que somos um com o planeta e que as coisas que observamos são, na verdade, reflexos de nossa própria mente. Essa ignorância nos leva ao engano de acreditar que a felicidade está nas coisas.
A psicologia ocidental já sabe, há muito tempo, desde os achados de Freud, que o ser humano projeta seu mundo interno no externo. Dessa forma, quando uma pessoa se encanta por algo, ela está vendo uma projeção de algo que está dentro dela. É como ler este texto. Se você não tivesse o conhecimento da escrita ou este texto estivesse em cantonês (e você não soubesse ler cantonês), não faria sentido para você. Do mesmo jeito, nos atraímos pelas coisas porque temos a percepção que a felicidade está ali, mas onde brota a percepção da felicidade? De onde vem a energia?
Quando olhamos a foto de um lugar bonito, acreditamos que o lugar que olhamos nos proporcionará muitas felicidades. Sentimos a energia do local. Mas onde estará a energia do local? Na foto ou na pessoa que olha a foto? Não notamos que depositamos a nossa felicidade na dependência das coisas. A essa falta de conhecimento chamamos na psicologia oriental de Avídia, que é o nosso primeiro inimigo.
Podemos entender que esse fenômeno acontece porque acreditamos que podemos ser felizes construindo situações que reproduzam estados internos favoráveis. Queremos uma casa melhor, um carro bom, fama, sucesso, status, etc. Estamos sempre buscando mais e mais. Se não alcançamos os resultados, ficamos muito frustrados e em sofrimento. Agora se alcançamos, momentaneamente, gozamos das conquistas e logo nos vemos buscando outras coisas. Muitas vezes a pessoa sofre somente para manter o estado que atingiu, acreditando que se perder aquilo entrará em sofrimento.
Contudo, se somos capazes de gerar felicidade na dependência das coisas e situações, podemos gerar a felicidade independente das situações. Podemos encontrar a felicidade natural e que carregamos em nosso interior. O primeiro passo para isso é compreender que há o engano e que a felicidade não está nas coisas, mas sim em nosso interior. Afinal, ser feliz é algo natural do ser humano.
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