Alguns anos atrás eu até assinava uma revista com esse nome. Mas aí o tempo passou e as coisas foram se complicando. Não porque existissem, de fato, complicações maiores. Um problema com o namorado da adolescência ocupa tanto a mente como um problema financeiro. O que mudou afinal?
Quando somos bem jovens, não temos as “preocupações”. Nos dizem para aproveitarmos “você não tem conta para pagar, porque isso não sai desse celular”. Crescemos ouvindo isso. Que a vida é muito difícil, que os problemas são sempre muito, muito complicados. Que nada pode ser fácil e tranquilo como quando acabamos de sair da infância.
Ouvimos tanto isso e damos tanta, tanta importância que as coisas começam a ficar assim mesmo. O volume de atividades é obviamente maior, e aí perdemos o foco. Se antes passaríamos três horas arrumando uma pasta de papel de carta, agora não escrevemos mais nem e-mails. O que mandamos são mensagens rápidas no celular, para que os “problemas” sejam resolvidos logo. O “problema” maior é, justamente, que tudo vira um problema sem solução.
E sim, todos os problemas do mundo tem solução. Até a morte! Ao contrário do que a minha mãe dizia. Para a morte há o luto, existem as resoluções, existe a fé, a vida após a morte (se você acreditar) ou só acabar mesmo. Para cada uma das coisas que nos é imposta pela vida e que, na verdade, somos nós que colocamos lá, há uns 100 números de soluções.
Mas e a mania de ver tudo complicado? É só mandar aquilo para uma amiga que não está envolvida no assunto que pronto, fica tudo resolvido. Acreditamos em falta, nos deparamos com nossos traumas do passado. Uma falta de um telefonema do namorado é rejeição, quando na verdade era só, sei lá, falta de crédito no celular. Levamos demais as coisas para o “fígado”, intoxicamos nosso corpo tentando sair de uma ansiedade fabricada. E o que ganhamos no final? Quilos a mais, doenças das mais diferentes, uma relação péssima com as pessoas que amamos. Não adianta.
Precisamos, por isso, nos investigar a fundo. Saber quem nós somos, primeiro de tudo, e porque algumas coisas parecem mais complicadas para nós do que para o vizinho. Não, não é carma sempre arrumar um chefe chato. Não é carma arrumar sempre problemas com a faxineira e um monte de problemas de saúde. Isso é aprendizado! É a maneira que a vida escolhe de nos mostrar o que precisamos mudar.
Quanto mais cedo você simplesmente aceitar e entender o problema apenas como uma coisa para ser analisada e encontrada a solução, e parar, sair do drama da sua mente naquilo, mais fácil e menos dolorido. Talvez nenhum de nós chegue à iluminação, mas pelo menos poderemos viver com menos sofrimento. Como disse algum escritor (que o Google não sabe dizer qual):
“A dor é inevitável. O sofrimento é opcional”.
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