O homem de mentalidade comum encontra dificuldades para se relacionar com a vida de uma forma geral. Para ele, a única realidade é o seu ego. E o ego, por ser um grande inimigo da sabedoria, não permite que o homem saia do seu círculo vicioso de condicionamento, inibindo toda a potencial expansão do seu EU MAIOR, que é a sua verdadeira identidade. O Bhagavad-Gita diz que o ego é o maior inimigo do EU, mas este é o melhor amigo daquele. O que isso significa? O homem comum busca o equilíbrio em sua vida baseado nas condições do ego (a sua falsa identidade); mas isso só acontece porque o homem ainda não se permitiu a busca do equilíbrio baseado nos preceitos da sua natureza cósmica. Por isso que o ego é o maior inimigo do EU, porque o ego é um eterno insatisfeito. Tentar satisfazer os desejos do ego seria o equivalente a beber água salgada na tentativa de saciar a sede. O ego sempre quer mais. E esses efeitos devastadores do ego humano se estendem aos diversos setores da existência e, como não poderia deixar de ser, a natureza é uma das vítimas.
Certa vez o cientista James Lovelock foi encarregado pela NASA de realizar observações do planeta com os telescópios da própria NASA. Lovelock percebeu algo que o deixou perplexo. Segundo suas próprias palavras o planeta parece muito com um gigantesco organismo vivo, um perfeito conjunto de todos os ecossistemas dotado de um dinamismo mútuo que sempre visa o equilíbrio e a conservação da vida. Visto isso ele batizou a terra de Gaia em homenagem à deusa grega. Ou seja, a Terra não é algo morto que serve apenas de cenário para a vida humana. Para muitos, isto é apenas mais uma informação, mas para mim é intrigante perceber o quanto isso se assemelha aos conceitos místicos do oriente que sempre afirmaram a Unidade de todas as coisas. Se observarmos com atenção, veremos que essa teoria está correta, pois que todo grande desequilíbrio ecológico acontece em grande parte por interferência humana. A natureza não se desequilibra por si só. O homem e a sua falta de consciência cósmica é que geram toda espécie de perturbação. É curioso percebermos que quando surgem desequilíbrios climáticas de qualquer espécie, automaticamente recorremos à orações e aguardamos uma intervenção divina sem ao menos nos questionarmos a causa desse desequilíbrio.
Apesar de eu ser uma espécie de ativista ecológico e de admirar todo o esforço de quem pratica ações voltadas à preservação ambiental, sou obrigado a reconhecer a parcial ineficácia disto. É que as ações nocivas do homem com o ambiente externo são apenas reflexos da nocividade do homem consigo mesmo. Ninguém pode dar aquilo que não tem. E se o homem não tem amor e respeito por si mesmo, como esperar que ele ame e respeite o meio externo? Enquanto isso a vida - como um grandioso mecanismo inteligente - vem fazendo todo o esforço para prosperar. E esse esforço às vezes, é visto pelo homem como uma catástrofe, como tragédia. Sem se importar com ego humano, a nossa amada Mãe Terra está o tempo todo tentando ensinar o homem que a simplicidade, o amor e autopreservação são fatores decisivos para o equilíbrio e a harmonia. O homem não vê, mas ela continua ensinando.
Gaia, essa generosa!
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